TER UM BLOG E O MSN
Ter um blog é um fascínio que que atormenta adolescentes, jovens e e adultos amadurecidos pelas vivências, que vêm uma oportunidade de comunicação, como se estivessem a coberto duma massa enorme de gente que tudo lhes permite dizer, deixando-os permanecer no anonimato.
Ter um blog é poder expressar-se de dentro de si, autênticos, apaixonados pelas palavras que soltam e se comportam anarquicamente nas mais díspares direcções e entram nas mentes que as lêem e as interpretam e fazem juízos de valor, de personalidade, de imagem.
Eu, por exemplo, procuro nas palavras ver imagens de almas inquietas. Não me preocupa se os corpos são formosos, se os rostos são lindos, se são jovens ou pessoas maduras. O que procuro é a simbiose do belo. O drama e a beleza. A procura e o achado. A incerteza e a convicção. A melancolia e a alegria. Procuro amor e ausência. Procuro a totalidade, a essência do homem. E é com paixão que escrevo as palavras que edito. Umas vezes românticas, para que se extasiem, outras acutilantes, bravias, para que se reflictam, outras ainda, afrontosas dos conceitos instituídos, para que se transformem.
Não procuro amantes, não procuro partir corações. Não provoco nem alimento paixões Procuro amizades puras na orgia singela das palavras. Procuro estender a minha mão de palavras a quem em desespero de si, as palavras possam constituir uma mola de se elevarem, um indicador de mudança do seu próprio sentir a vida.
A minha imagem, sem foto, consta da montra de perfil do meu blog. É autêntica. É o que eu sou.
Algumas pessoas que me lêem, julgo, deixaram-se inebriar pelas palavras que escrevo, sem lhes desmistificar o sentido e o tempo. Se eu escrevo memórias da guerra, é porque vivi a guerra. Deixam-me comentários de ternura que eu aprecio como amizade sã. Exulto, até, de alegria, porque as sinto, às pessoas, belas no todo de si. E comento os seus textos de igual modo, fervorosamente convicto do seu valor humano, das suas qualidades de escrita.
Tive amigas que quiseram experimentar outro tipo de comunicação, por ser mais no momento que se pergunta e obtém resposta. O MSN de facto, torna a escrita mais fluida, o pensamento mais lesto. É como se estivéssemos a falar no silêncio das palavras. Quase as podemos ouvir, respirar. E levaram-me a aderir a esse modo de comunicação.
O MSN tornou-se, sem eu querer, num desmistificador de mim e dos outros, porque lhe adicionei uma fotografia minha. Eu mesmo.
Neste momento tenho quatro amigas convidadas no MSN e não falo com nenhuma, após uma primeira intervenção rápida. E não falo porque elas se foram, perdi-as sem uma palavra E dói-me tê-las perdido. porque lhes tinha amor de amigo.