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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

21
Abr13

ELEGÂNCIA

samueldabo

*
ELEGÂNCIA
**
o corpo dava a forma
fazia do vestido negro élan de sedução
na meia negra a opacidade
o encanto do pé no meio salto fora de norma
eis a mulher d'alma e coração
segura de ser a deusa em sua humilde vaidade
*
a gola modelar punhos de renda
uns olhos verdes instantes tão de tanto sedutora
na luz que envolve de magia seu olhar
os lábios fecham segredos que não se desvenda
perna traçada fixando a estrela da aurora
que já desponta sobre a montanha rompendo o mar
*
no ar intenso solto o perfume
no silêncio expectante e misterioso
onde a luz brilha em seu fulgor
no sorriso do olhar em cujo lume
arde docemente o ser ditoso
que me escolhera para ser o seu amor
*
tocam-se os lábios de alforria
os seios maduros arfam de sensuais palpitantes
os corpos tentam novos desafios
caem roupas supérfluas na sofreguidão da fantasia
beijos profundos de grandeza amantes
na delícia das mãos que desatam emaranhados fios
*
reacendido o fogo arde sem controle
há tanto tempo o amor paixão parecia rendido
entrelaçam-se as almas dentro da memória
os lábios sugam-se sôfregos de beijos que a alma engole
tocam-se desejos no respirar gemido
suores da pele que revelam cheiros com história
*
deleitam-se lascivas as bocas
os olhos reviram para o lado de dentro da alma
em beijos indeléveis que se viciam
entumescidos os sexos aguardam à porta das tocas
fervem sentidos nada os acalma
nem as palavras roucas que o amor ciciam
*
numa tempestade de tonturas
uma mulher um homem pelas bocas unidos
cambaleiam num absoluto orgásmico
elevam-se adejando sobre as suas loucuras
extasiados ante si rejuvenescidos
pela magia dos átomos ou um toque cósmico
autor: jrg
19
Mai12

O MEU SONHO É QUERER!

samueldabo
tela de Nuti...pinceladas
***
O MEU SONHO É QUERER...
*
quero viver
de uma humanidade sempre festiva
em que todos os que podem
façam mais um pouco sem muito sofrer
de alma inteira que a paixão aviva
para dar sem esperar que lhes retornem
dignidade aos que na vida querem ser
*
quero viver 
entusiasmado com a fértil descoberta
da cor que emana da humidade
do amor que brilha nos seres vivos e dizer
haja o que houver a minha mão aperta
para que ninguém mais aprisione a liberdade
e faça a alma entristecer
*
quero viver
sem preconceitos medos angustiantes
nem guerras ou ardis fatais
amar e ser amado até por fim morrer
por humanos animais e plantas fascinantes
sem inveja nem luxúria tão banais
ao vento à chuva faça o tempo que fizer
*
quero viver 
sem rendas nem ganhos sórdidos de usura
sem cidades do ambiente fracturantes
sem formas aberrantes de poder
brincar com a fauna e a flora da natura
onde todos sejam de si mais amantes
e não seja mais possível o sonho anoitecer
*
quero viver
sem ódio sem cobiça sem o vício d'ambição
sem nada a que chame mesmo meu
trocar tudo o que sou por um tanto de prazer
e dar ainda em troco uma porção
do que aprendi ao viver o que me aconteceu
cheio de esperança em cada alvorecer
autor: jrg
30
Mar12

TEMPESTADE TROPICAL...

samueldabo
imagem pública tirada da net
*
TEMPESTADE TROPICAL
***
(para os que pensam que não custou nada 
o custe o que custar de Salazar...)
«««//»»»

naquele pedaço de África
onde tanta gente vivia desterrada
à espera que o tempo fosse além da morte
a chuva quando vinha era benéfica
em torrentes de água e vento à desfilada
cheirando a húmus intenso na terra em sorte
onde a gente do degredo se petrifica

*
os raios iluminam o céu cinzento escuro
*

voam bidões e latas na parada
nos telhados soltam-se os perfis de lusalite
sob um calor de fogo abrasador
ouvem-se guinchos entre trovões da macacada
a terra vermelha abre fendas d'apetite
aves coloridas entoam melodias em hinos de louvor
a vida volta a fluir África encantada

*
caem ramadas abanam corpos estremecem almas
*
as gentes de fora ante a tempestade
vencida a surpresa do dilúvio súbito colossal
saem à rua troncos nus em alarido
dançam piruetas gritam palavras de saudade
como se a chuva viesse de Portugal
e cada gota fosse uma lágrima ou doce gemido
de quem por eles espera na cidade
*
autor: jrg
03
Mar12

PORQUE TE ME ENGANAS ?...

samueldabo
foto pública net
*
PORQUE TE ME ENGANAS ?
*
digo que é falso
quando dizes que me amas
leio nos teus olhos a cobiça
tão só precisas do prazer que eu te faço
no mais me tramas
no sorriso sedutor que me atiça
no fogo sem chama do teu abraço
*
digo que é falácia
quando dizes que me queres
bebo nos teus olhos
procuro na tua alma a mais valia
tudo o que precisas são mulheres
podem ser aos molhos
no mais é romance ciúme poesia
*
digo que não voltarei
a responder à chama que me enlouquece
por um olhar repentino
sem me prender de tudo me bastarei
pessoa inteira que acontece
amando o belo no aroma vespertino
dum por do sol talvez te amarei
*
autor: jrg
04
Fev12

NA PRAIA...

samueldabo
 
 

Entre as ondas...manel ribeiro.jpg

Mar da Costa de Caparica

 foto de Manuel Ribeiro

 
{#emotions_dlg.orangeflower}
NA PRAIA...
***
na praia curei medos
cresci de amor chorei
no vai e vem das ondas
troquei segredos
do coração em choque sangrei
limei arestas tontas
desfiz e refiz enredos
maresias desfeitas parei
 chuvas ventos fogueiras redondas
 segregados degredos
 na praia me exorcizei
 das ideias imundas
 que polvilhavam gemidos

jrg
21
Jan12

O PLANETA DAS ALMAS ADEJANTES...

samueldabo
foto pública tirada da net
*
PLANETA DAS ALMAS ADEJANTES
***
fui certa vez de visita
ao planeta das almas adejantes
a ver se por lá havia
um mundo novo a florescer catita
ventos brandos cativantes
e vi maravilhado quanto existia
d'amor inocente que as habita
*
a natureza de mil cores
um aroma de frescura vicejante
sons de maviosa harmonia
mares rios lagos cristais de amores
sol e lua sua amante
sem tristeza que toldasse a alegria
nem a angústia dos terrores
*
nem ouro nem ladrões
apenas almas transparentes seminuas
e bichos tantos antes selvagens
numa mansidão absurda de emoções
a trespassar verdades cruas
trazidas doutras vidas das origens
onde batiam feridos corações
*
as almas vagueavam 
em alegres jogos de livres fantasias
de nós entregues à mesquinhez
na intriga que outros maquiavam
colhendo escassas demasias
fome guerra devastação e deus à vez
a ver quantos se safavam
*
quis ficar na paz serena
deixar a terra arder no ódio insensato
absorver a luz do pensamento
a emitir sinais a quem de lá me acena
mas tenho com a morte um trato
era cedo para achar meu passamento
disse-me uma alma amena
*
teve a duração dum nocturno
a visita ao Planeta d'almas adejantes
rasguei o véu de tal segredo
agora sei que o tempo medeia meu retorno
que há almas que repugnam rastejantes
sendo o amor a arma eficaz para todo o medo
vou usa-lo no corpo e alma como adorno
autor:jrg  (pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)
05
Jan12

UM FIAPO DE VIDA...

samueldabo
imagem pública tirada da net
*
UM FIAPO DE VIDA...
*
olho a garrafa cheia de vicioso líquido
emborco o gargalo na boca só entreaberta
sorvo o vício vínico de um só fôlego decidido
pouco a pouco se esvai de mim o que me aperta
*
a cabeça parece quase do corpo meu se desprega
tudo gira ou sou eu que me ganho movimento
o ar fica rarefeito de repente alma sôfrega
corpo cai sobre pedra frio pensamento
*
alma desprendida sobre corpo deitado
vejo-a de fora traquina antes preocupada
rumorejo palavras antigas a mim intimidado
uma baba viscosa escorre em soluços arrancada
*
já cá faltava o vómito a pele do rosto arroxeada
pessoas que me olham como se eu fora louco
a garrafa vazia de gozo jaz abandonada
a língua engrossou árida o som rouco
*
retomo o caminho sem acerto tropeço
porque se fecham meus olhos à memória
d'onde vim quem sou para onde m'arremeço
gesticulo vocifero prolongo vogais sou história
*
alguém me toca ampara ecoa em mim acarinha
indefinida imagem o som de voz que acatei
e choro numa onda absurda de ladainha
que a língua pastosa arrasta sem lei
*
quando se fez dia e em mim de novo
temores dentro de mim tão angustiados
revisitei a cena do último beijo que reprovo
temi por meus segredos no delírio desvendados
*
senti que de nada valera ser no vinho o apagão
a raiva de te falhar na posse que eu perdera
o ser ou o não ser de em mim teu coração
amor por um fiapo a vida anoitecera
*
dar um espaço o tempo não se atura
amor não é posse é a amizade profunda
é ser da alma e ser amante até da amargura
ninguém fica a perder onde um amigo se abunda
*
olho a garrafa vazia sem mim e só abandonada
penso que estou pronto para de novo aceder
esteio de par inteiro da alma apaixonada
assim tu o entendas amor quero te ver
*
autor: jrg
31
Dez11

ANO VELHO DE VILÕES...(VILANIA) - ANO NOVO DE LADRÕES...

samueldabo

 

 

 

foto pública tirada da net


*

ANO VELHO DE VILÕES...(VILANIA)
ANO NOVO DE LADRÕES...


«««//»»»


no meu país torpe mentira
ano a ano procurando me fiz crescendo
rispidez obediência tortura
alegrete de comédia ou drama ou sátira
à vez de dentro a cena me adormecendo
sedento de carinho e ternura
à espera do tempo novo que sentira
na evolução de mim o sendo
para o humanismo d'amor e alma pura

*

não procurei ou quis riqueza
ano a ano sem eu querer me fiz apátrida
ateu de vilãos ensandecidos
troquei o meu saber servindo a avareza
ingénuamente acreditando ser à partida
cruzar os tempos já vencidos
avesso à melancólica e mórbida tristeza
um de entre os mais nesta vida
a vencer a vileza dos poderes desvalidos

*

escolhi caminho por teimosia
ou desígnio cósmico nos genes embutido
naufraguei e a salvo me julguei
quando o tempo cedeu e cheira a maresia
mas era falsa esta esperança sem sentido
apátrida não pode confiar na lei
por mais que viva embrulhado em poesia
o tempo não perdoa ser vencido

*

ano velho de vilões inda a prazo
um povo inteiro por medo se abastardou
roubado na alma e no coração
sem vontade de vencer o milenar atraso
nem legitimar sua defesa a quem roubou
ano velho de vilões sem emoção
onde navego rebelde a ser por um acaso
o pária que da pátria se imolou
cercado pela vilania dos doutos da nação

*

ano novo de ladrões vetustos
e dos novos da mediocridade fanáticos
com aval da mediana fantasia
falidos da esperança criminosos astutos
adensam as teias com sábios lunáticos
cortam o pensamento que luzia
julgam-se deuses da verdade absolutos
sendo e só efémeros mediáticos
ante a grandeza apátrida de toda poesia

***

autor:jrg... [(pária...apátrida...)cidadão da MÁTRIA em construção...]

18
Dez11

ABSURDO MISTÉRIO...

samueldabo

foto pública tirada da net


*

ABSURDO MISTÉRIO...

*

estranho mistério
o da morte
que nos deixa impotentes
no vácuo 
da nossa indignação

*

mais estranho
quando alcança sem aviso
a nossa interioridade
nos arranca a parte mais dolorosa
de ser mulher e mãe

*

estranho porque atípico
sem sentido
quando nos toca a alma
e inunda de saudade
o pensamento a angústia infinita

*

porque estranho 
é o tempo que demora a viver
um ser inteiro
escravo do impudor
mítico da morte

*

mas uma criança
promissão de existir a crescer
um pedaço da alma
dos genes que de dentro recusam
o absurdo da morte

*

feridas abertas de mãe
insaráveis quietas
onde não mais a esperança
que acuda à revolta
implorando estranho perdão

*

estranha fragilidade
ante tanto domínio absoluto
raiva ódio violência
que o rio da morte arrasta
como um pesadelo

*

às vezes penso na morte
sob véu de seda 
bela à luz da transparência
e não aquele espectro
que leva à mãe a criança

*

outras imagino a resistência
que de dentro da alma
a vida cansada teima em refulgir
da tétrica mansidão
do sem sentido que nos incita a existir

*

amarrotados no medo
que nos eterniza no mito de deus
a quem confiamos o tudo
e o nada de que padecemos
a culpa o erro a vileza

*

estranhos mistérios
o da morte o do azar o da sorte
que nos trocam os passos
abstractas emanações que nos tocam
invasivas adúlteras secretas

*

jrg

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