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tela de Nuti-pinceladas
*
PERSONALIDADE
*
até onde
a tua intimidade e eu
se confundem
no limite absurdo
de apenas um
sendo o todo sobreviver
em cada pensamento
jrg
Mar da Costa de Caparica
foto de Manuel Ribeiro
NA PRAIA...
***
na praia curei medos
cresci de amor chorei
no vai e vem das ondas
troquei segredos
do coração em choque sangrei
limei arestas tontas
desfiz e refiz enredos
maresias desfeitas parei
chuvas ventos fogueiras redondas
segregados degredos
na praia me exorcizei
das ideias imundas
que polvilhavam gemidos
jrg
foto pública tirada da net
*
ANO VELHO DE VILÕES...(VILANIA)
ANO NOVO DE LADRÕES...
«««//»»»
no meu país torpe mentira
ano a ano procurando me fiz crescendo
rispidez obediência tortura
alegrete de comédia ou drama ou sátira
à vez de dentro a cena me adormecendo
sedento de carinho e ternura
à espera do tempo novo que sentira
na evolução de mim o sendo
para o humanismo d'amor e alma pura
*
não procurei ou quis riqueza
ano a ano sem eu querer me fiz apátrida
ateu de vilãos ensandecidos
troquei o meu saber servindo a avareza
ingénuamente acreditando ser à partida
cruzar os tempos já vencidos
avesso à melancólica e mórbida tristeza
um de entre os mais nesta vida
a vencer a vileza dos poderes desvalidos
*
escolhi caminho por teimosia
ou desígnio cósmico nos genes embutido
naufraguei e a salvo me julguei
quando o tempo cedeu e cheira a maresia
mas era falsa esta esperança sem sentido
apátrida não pode confiar na lei
por mais que viva embrulhado em poesia
o tempo não perdoa ser vencido
*
ano velho de vilões inda a prazo
um povo inteiro por medo se abastardou
roubado na alma e no coração
sem vontade de vencer o milenar atraso
nem legitimar sua defesa a quem roubou
ano velho de vilões sem emoção
onde navego rebelde a ser por um acaso
o pária que da pátria se imolou
cercado pela vilania dos doutos da nação
*
ano novo de ladrões vetustos
e dos novos da mediocridade fanáticos
com aval da mediana fantasia
falidos da esperança criminosos astutos
adensam as teias com sábios lunáticos
cortam o pensamento que luzia
julgam-se deuses da verdade absolutos
sendo e só efémeros mediáticos
ante a grandeza apátrida de toda poesia
***
autor:jrg... [(pária...apátrida...)cidadão da MÁTRIA em construção...]
*
ABSURDO MISTÉRIO...
*
estranho mistério
o da morte
que nos deixa impotentes
no vácuo
da nossa indignação
*
mais estranho
quando alcança sem aviso
a nossa interioridade
nos arranca a parte mais dolorosa
de ser mulher e mãe
*
estranho porque atípico
sem sentido
quando nos toca a alma
e inunda de saudade
o pensamento a angústia infinita
*
porque estranho
é o tempo que demora a viver
um ser inteiro
escravo do impudor
mítico da morte
*
mas uma criança
promissão de existir a crescer
um pedaço da alma
dos genes que de dentro recusam
o absurdo da morte
*
feridas abertas de mãe
insaráveis quietas
onde não mais a esperança
que acuda à revolta
implorando estranho perdão
*
estranha fragilidade
ante tanto domínio absoluto
raiva ódio violência
que o rio da morte arrasta
como um pesadelo
*
às vezes penso na morte
sob véu de seda
bela à luz da transparência
e não aquele espectro
que leva à mãe a criança
*
outras imagino a resistência
que de dentro da alma
a vida cansada teima em refulgir
da tétrica mansidão
do sem sentido que nos incita a existir
*
amarrotados no medo
que nos eterniza no mito de deus
a quem confiamos o tudo
e o nada de que padecemos
a culpa o erro a vileza
*
estranhos mistérios
o da morte o do azar o da sorte
que nos trocam os passos
abstractas emanações que nos tocam
invasivas adúlteras secretas
*
jrg
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