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já não se vêm mais os navios
na linha abaulada e recta do horizonte
a surgirem pequeninos frios
ali mesmo tão perto quase defronte
às vezes as ondas os cobriam
do meu olhar infante mas persistente
e logo os meus olhos sorriam
quando os lobrigavam mais à frente
havia o fumo escuro espesso
tocado a vento da alva e negra chaminé
alimentava meu sonho no começo
de correr esse outro mundo ali ao pé
de onde vista sobre água tanta gente
confinado a meu lugar interrogava
a alma em ânsias mistérios de quem sente
que outro mundo o mar inda desbrava
perdido o fascínio pelo desconhecido
na era fantástica do conhecimento
olho o mar vazio dentro de mim crescido
que me desinquieta o pensamento
jrg
cansei...tu o disseste
de viver te ti tigo
de amar onde cresceste
dentro de mim amigo
às vezes o cansaço vence
mas amar não é demais
nem quando a alma pertence
a sentimentos mortais
meu beijo teu respirar
te a ti ser sermos
por quanto amar demais
é cansaço vivermos
nos teus olhos eu me penso
dentro de em ti amante
amar-te demais vão imenso
entre o viver distante
quantas vezes adejando
sob a luz do luar
palavras corpos se amando
te me cansaste de amar
digo-te que amar é momento
sendo demais obsessão
viver cansado é tormento
de ser-te em contramão
quero-te ainda mais assim
instável incandescente
fogo que lavra dentro de mim
demais não sou inocente
autor:jrg
que dizer das formiguinhas
fazem desfazem carreiros
constroem palácios rainhas
labirintos formigueiros
escoam lautas inundações
evitam as pisadelas
aturam ventos nevões
nada é tormento para elas
trabalham o dia inteiro
talvez durmam se descansam
haja entre nós o primeiro
que como as formigas mereçam
que paz procuram se erróneos
feita de eterna guerra
entre os genes e os neurónios
os humanos desta terra
há quem não suporte e destrua
as formigas com destreza
exibem sem pudor a nudez crua
como tratam a natureza
ver as formigas sem medo
sem pressa de a tempo chegar
quem delas souber o segredo
não mais deixará de amar
autor: jrg
nesta noite de lua o teu pensamento
de menina que se confia e ousa
no prazer de amar por um momento
aquele olhar onde a beleza pousa
nesta noite de lua revelas o segredo
que toda a mulher é na sedução
num toque d'alma que anula o medo
lanças fogo ao teu meu coração
nesta noite de luar um nome gritas
por entre silêncios de solidão
corpo num fervor que da alma agitas
sorrisos de luz doce emoção
nesta noite de luar um beijo roubado
a colmatar da boca o desejo
em todo o amor um silêncio achado
o sabor e o cheiro dum beijo
nesta noite de luar tu apaixonada
por entre enredos incerteza
não temas mulher de sentir-te amada
perfume de flores realça a beleza
nesta noite de luar viajo pelo teu mundo
na ânsia que a lua seja meu destino
relembro teus olhos um brilho profundo
eu louco sou sol um amante menino
amanhecer na alma do teu corpo
entrar suavemente no pensamento
sentir a dor a angústia
repelir tanto do teu medo
dançar a valsa do segredo
e ouvir dizer num sussurro
que amar é doloroso
quando se ama o que não deve
quando o que se ama é longe
e nos visita dentro do tempo
estragamos tanto
gratuitamente ou por capricho
a alimentar novo tormento
que sabemos inconclusivo
porque o amor é fogo
é tempestade é movimento
que se agita na bonança
e na dor que gera o medo
se agiganta na tristeza e na doença
porque é raiz e medra
mesmo quando parece morto
se uma brisa a aura ou um lamento
avivam a chama quase extinta
é como um cheiro acre de maresia
eufórico o coração desperta
os olhos tomam brilho os lábios mexem
e todo o corpo que na alma se agonia
levanta o verbo e ama em sintonia
que bom vê-la de novo a bela amante
soberana sobre a crista da onda imensa
cabelo ao vento vista cerrada
o coração em sangue borbulhando
deixar no rasto de espuma a nostalgia
erguendo a luz do sorrriso a esperança
por entre luas de estrelas cintilantes
autor:JRG
bebo da ansiedade...a tua
ouço alarido gritos
sinto tremores no meu corpo
onde te e me habito
não pretendo ser silêncio
estou aqui alerta fico
na esperança de ser norte
chama por mim e confia eu vou
são exames incertezas
não antecipes veredictos
serena o teu desvario e sorri
tanto amor à tua volta
gera energia avultada
só tens que estender a mão
desespero por encontrar
palavra que seja a mais certa
e no teu mundo fechado
abrir a janela perfeita
que deixe passar toda a luz
para no silêncio quebrar
o mal e a sua raiz
autor: JRG
penso que não vens...
talvez as palavras
desnudas te pareçam crueis
não não são
ainda que pareçam
elas suscitam milagres
amenizam dores
rompem com a solidão
e espraiam pelo corpo
seduzidas de amor
pelo amor
onde nos habitamos
por isso penso que descansas
que é o tempo
de novas reflexões sobre o ser
amantes nós
tão belo sentimento
ser sendo
como os dias
que nos amanhecem
dentro do tempo
autor:JRG
XIX
sinto a tua alegria a descreveres em volta de ti o mar
na noite os teus olhos são meus guias
porque te afastas procuro-te por entre barcos e redes
estátuas sem mestres doutos que as dignifiquem
sigo o teu cheiro o som dos passos na areia fina
e rio das tuas gargalhadas quando te descobres
por entre a euforia dos teus gritos
é uma orgia fantástica dos sentidos
pasmo ante a tua mente visionária o assombro pela novidade
das pulgas do mar que saltitam entre os teus pés
colas-te o teu corpo no meu e beijas-me
tão bom beijar-te na noite...estendo a mão e és tu..estrela maior
a tua silhueta recortada na poalha da noite
o cacimbo fora e dentro da aridez do tempo
então lembras-te de um mergulho..a bênção do mar
uma espécie de baptismo pagão...do amor
tiras o vestido a lingerie que me atiras em desafio e corres
dispo-me apanhado na surpresa...eu devia saber
e sigo-te agora em evidência o teu corpo na luz das águas
chapinhas-me com os pés ...as mãos em concha..cascatas de água
e abraças-me enroscada num beijo longo...meu amor...digo
autor: JRG
X
exercito as palavras..
soletro-as para dentro de mim
cheguei e sinto o teu abraço nas palavras
venho no tempo...saudades
porquê?...onde de nós programado...o encontro
o parapeito da janela que mantemos aberta
em doce espera...às vezes angústia
o teu pai... ninguém te amou como ele
talvez tivesse descoberto que não havia Deus
e deixou-te ir para não te desiludir
encontro-te no cimo da escadaria os olhos teus
estremeço nas tuas dores
é no cimo que quero ver-te... como ele... mas diferente
porque te quero de um outro modo
Eugénio...as mãos e os frutos
poeta da alma e do amor puro a voz e o sangue
porquê a morte? o teu pai...Alba...
e enrosco-me no teu conto poema sobrevivente eu
quem nos terá marcado este encontro
Cris..Cristal...tão doce o teu coração de mulher
à minha espera...de mim
beijo-te em cada cena do calvário
os lábios sôfregos...uns e outros de nós
impudicos... ímpios...trazes cerejas nos teus lábios
que eu mordo entre sorrisos
e lágrimas
não quero que chores..beijo-te
entre palavras soltas Primaveris
porque me escondes o teu rosto entre" burcas" de palavras
os olhos castanhos...os lábios...e peço-te um retrato
a preto e branco...a sépia ou a cores
e penso que me queres manter fora do contexto
entre o vai e vem das emoções gosto da história
voltei e vi-te..à minha espera...linda
deixo sorrisos e beijos olhares de esperança
gosto que me esperes....
gosto de te esperar...
eu em de ti
tanto
tanto
tando
autor: JRG
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