SUBLIME A ENFERMEIRA ! para a Benita Rubio e outras que eu sei...

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
foto livre tirada da net
![{#emotions_dlg.redflower} {#emotions_dlg.redflower}]()
NÃO SÓ A LIBIDO...
***
os teus seios
bicos mamilares
bandeiras do corpo
desejo alimento
sobre lençóis manchados
da nossa pureza
tão animal
o teu rosto sereno
embalado da essência do sonho
flâmula da alma
exaltada das fantasias
que ainda flutuam
nos aromas impregnados
da nossa memória
os sexos pastosos
masturbados de prazeres
excêntricos apavorados
possessos dos apelos do cio
tantas vezes exaustos
exauridos de todos os sentidos
de leviana loucura
a alma imersa
num quase absoluto faustoso
da consciência
languidamente confusa
hiato na espera
que nos inerta e incapacita
de amar a certeza
o género feminino
o amor do todo inteiro mulher
a raiz do conhecimento
expressão da humana grandeza
alegria esperança
soltando da prisão o pensamento
da dinâmica sensitiva
autor: jrg
imagem tirada da net
*
ACONTECEU...
*
hoje os teus lábios
macios
como pétalas de rosas
sensuais
invadiram os meus
trémulos
de te tanto soletrar
amor
hoje os teus olhos
verdes
jóias preciosas brilhantes
invasivos
dos meus pasmados
incrédulos
pela emoção da beleza
perturbante
hoje o teu corpo
harmonia
coberto por alma singela
o riso
a palavra ternura
no gesto
na alegria toda sentida
de ti
autor: jrg
imagem pública tirada da net
*
SACERDOTISA DO AMOR
«««//»»»
se fores um dia meu amor perfeito
e eu em ti um beija flor
adejando sobre a tua beleza
o mundo invejará o teu maior defeito
que é seres luz alegre cor
minha harmonia doce natureza
se os teus olhos me paralisam
e fico inerte sem acção
às voltas no pensamento circunscrito
se os teus lábios me enfeitiçam
aceleram as batidas do meu coração
ao toque dos sentidos que cogito
se a tua alma no corpo me provoca
e fico a levitar à tua espera
tolhido nos movimentos aquietados
quando o fogo do amor me toca
se aviva a ânsia na quimera
onde os sonhos nos percorrem acordados
se por um mero envolvimento
dos átomos que nos geram a ambição
provarmos o sabor dum beijo
não serei mais em ti esquecimento
nem tu me negarás o coração
no tempo em que crescer outro desejo
se no fogo ardente onde latejas
e me sinto em ti mulher a navegar
pelo sonho do prazer latente
pego no absurdo de viver para que vejas
a nudez do amor a levitar
embalado na lua de crescente
se os teus seios quando me tocam
enrijecidos pela aventura
que é sentir no cheiro o meu sabor
atraem os corpos e os enlaçam
frementes de volúpia na alma pura
da magia secreta do amor
então penso que és a doce selvagem
que deixa fluir o sentimento
sem astúcia malícia ou provocação
livre d'artifícios na imagem
aberta a fruir total conhecimento
na beleza da tua intuição
autor: jrg
~~~//~~~
*
tinha saudades de chover
bátegas fortes batidas pelo vento
a encharcar a terra de humidade
quando começa o cheiro a húmus é de enlouquecer
forte e crepitante o seu lamento
da chuva que procura na seca a saudade
*
chove sobre o meu corpo inerte
a sentir cada pingo que de cima se desprende
imerso no silêncio mais gritante
anseio a canção da chuva que no piar das aves me desperte
de olhos fechados porque nada mais me surpreende
bátega sobre bátega no meu corpo infante
*
digo-te escuta o som da chuva ao cair
a melodia do vento nas ramagens
as aves num murmúrio aconchegadas
ribomba estridente a trovoada os cães a ganir
a água escorre em torrentes selvagens
abre caminhos entre as pedras unidas das calçadas
*
estás longe demais para atenderes
a minha sofreguidão de partilhar cada momento único
que quero reter por tempo indeterminado
chove pleno de emoções e de infinitos poderes
em cada ciclo que se abre impudico
nuvens negras que se tocam num tom desafinado
*
chove sobre os teus medos
encorajo-te a apanhares gotas nas tuas mãos de criança
que escorrem dos beirais e goteiras dos telhados
mãos tão puras inocentes sem segredos
que as retém por momentos e ganham confiança
na alegria do sorriso em teus olhos abismados
*
lembro-te que gota a gota engrossa a poça de água
onde os teus pés chapinhavam
que de poça em poça se formam riachos lagos
onde lançamos o sal da nossa mágoa
os lagos rebentam formam rios e mares que se desbravam
chove meu amor sobre os teus sonhos vagos
*
corres corro de mãos dadas entre pingos
o coração arfando de novas ou renovadas emoções
dois pingos de gente num mundo desesperado
é o que somos nem sempre atentos a tantos dos perigos
que os sonhos avivam em estranhas canções
canto-te da chuva a esperança dum mundo fertilizado
*
autor: jrg
EM MEMÓRIA de...
AIDA COUTO!
era uma dactilógrafa experiente
escrevia a duas mãos sem olhar
viúva culta de viver apaixonada
um olhar doce meiga sorridente
morava em Lisboa longe do mar
de onde eu vinha d'alma alvorada
talvez o meu cheiro incomodasse
meus dentes ao sorrir enegrecidos
a que faltava o uso do dentífrico
meu corpo a pedir que o lavasse
sem hábitos de higiene conhecidos
pobre e tímido sonhador idílico
eu era o que então se chamava
de paquete moço das entregas e recados
e abri a minha mente à alma dela
lavar os dentes o sovaquinho que suava
as partes púdicas os pés cansados
todos os dias a virar a vida tão mais bela
o falecido seu marido arquitecto
deixou um espólio de vestir a condizer
roupa fina que ficava um primor
no meu corpo de retalhos insurrecto
a ganhar brilho de amanhecer
assim lavado e vestido com rigor
com ela aprendi que a minha imagem
era eu quem tinha de construir
voltei à escola cresci em entendimento
tinha fome de saber inda selvagem
li dos cinco continentes o pensar e o sentir
conheci lugares e povo meu alento
aprendi a repartir meus excedentes
a não me alienar nem ter fortuna
não fosse a de colher humanidade
trazer os olhos limpos sorridentes
amar amor da alma livre oportuna
a distinguir o sonho da realidade
não fora esta senhora tão emérita
resgatar minha alma empobrecida
dentro dum corpo rico em fantasia
não teria aberto a mente e a poética
que esgrimo de aprendiz nesta vida
partilhando amizade amor e poesia
autor: jrg
*
«««//»»
*
vim
sem destino das origens
sem destino fiz viagens
sem destino do meu fim
*
é pouco
ter vindo dum ventre
de mulher chamada mãe
ter gritado como louco
estranho ao ar que me entre
sentindo sem ver ninguém
*
aprendi
que tudo o que sou
já tinha sido em algum lugar
em cada etapa que cresci
na forma como o tempo me moldou
de como conjuguei o verbo amar
*
amei amo amarei
não assim da alma simplesmente
mas de dentro dela
dos confins do abismo direi
onde a memória asperamente
se esforça por tornar a vida bela
*
a madurar
batido pelo vento da inquietude
purificar o sangue nas águas
dos rios que sabem a mar
arder na febre de tanta virtude
colhendo do solo as mágoas
*
na linguagem
tão simples comum e expressiva
dos olhos gestos e sorrisos
quem? desde onde? nos despiu desta roupagem
dividiu em lotes por via repressiva
as línguas naturais dos indecisos
*
cheguei
e vi que todo o saber acumulado
não era mais que nada
uma lista de conceitos que abordei
sem respostas nem luz por um achado
apenas glória empoleirada
*
nada mais é absoluto
a não ser a alma do amor
sou a soma de milénios
assim prossigo sobre a morte sem pôr luto
às vezes sinto frio no calor
outras fogo quando o frio aquece meus neurónios
*
autor: jrg..
foto tirada da net
PALAVRAS TREPADEIRAS...
se há mulher trepadeira
se há homem nela enleado
são musas de inspiração
que tomam a dianteira
que trazem na alma seu fado
ateiam o meu coração
não seria a vez primeira...
que musas de encantamento
com olhos de esmeralda
lábios de seda tão pura
trazem cheiros... suculento
é o sorriso grinalda
que recheia com ternura
um beijo de assentimento
trepam homens vestidos de poetas
trepam fêmeas resolutas
trepam palavras exalam suspiros
misturam ânsias há tanto quietas
segredos das almas ocultas
nuas de medos e vírus
trepam consciências despertas
se ao trepar se descuidam
se perdem o equilíbrio
homens palavras mulheres
na orgia se desnudam
perante um mundo sem brio
absurdo nos seus haveres
sem amores que lhes acudam
oh não não me as invejem
as palavras que derramo
nem as que a mim são lançadas
são palavras que protegem
se trepam é porque as chamo
docemente tresloucadas
nas correntes da aragem
autor: jrg
foto net
ÉCLOGAS
![{#emotions_dlg.blueflower} {#emotions_dlg.blueflower}]()
IV
A DANÇA...
ao toque de Ravel
imponente e mágico
o teu corpo se cola no meu
e juntos num rodopio fantástico
dentro do bolero
lançados ao desafio
fazemos amor...
na subida retumbante
dos sons afrodisíacos
que nos ateiam o desejo
autor:jrg
ÉCLOGAS
V
JOGADOR
vou a jogo
porque te amo
e o amor se joga
em cada vasa
quando te percorro
o corpo e subo ao pico
no cimo dos mamilos
ardilosos
e nos lábios acendo o fogo
da tua acha
autor:jrg
ÉCLOGAS
VI
SURPRESA
hoje trago-te flores
e a lembrança do mar
visto do alto
de onde tantas vezes
nascemos
no ocaso do sol
de lábios colados
à esperança...
e subimos às estrelas
por onde a lua se esgueira
auto:jrg
28 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.