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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

06
Set08

SER TIO AVÕ E SER AVÔ - TRÊS MOMENTOS DE MIM

samueldabo

A terceira geração de mim, começou com o Tiago, há 29 meses, e foi uma emoção, a festa  comemorativa do evento reuniu a segunda e a primeira gerações, num ambiente em que se esqueceram quezílias antigas e se progonosticaram bons ventos ao bebé que nos olhava de olhos semi  fechados, como se adivinhasse que os vultos à volta o saudavam na alegria  da criação. O Tiago desenvolveu-se em harmonia do corpo com a alma e é hoje um bonito menino, falador, traquina e na senda do saber sustentado. Ao Tiago de quem sou Tio-Avô, a minha saudação muito especial para que a vida lhe sorria e ele seja um homem do futuro.

Ao meu sobrinho Rodolfo, pai do Tiago, a quem a vida pregou rasteiras de rondar a tragédia,  a minha saudação amiga e fraterna e o desejo que consiga inverter a vontade do corpo e do submundo da mente, para benefício da alma. E estendo os meus desejos de felicidade à Carla, a mãe que tudo gera e à volta de quem tudo gira

Dois meses depois nasceu a Leonor. Não sendo uma bebé modelo, era a minha bebé, a primeira menina de mim. Esperada há anos e sempre adiada por problemas do pai e ou da mãe, ou de não ser o tempo, o seu tempo. Nasceu em berço de ouro e foi uma explosão de carinhos e dedicação absoluta para que crescesse feliz e saudável.

Foi com uma enorme felicidade que acompanhei o seu crescimento. Que lhe soletrei as primeiras letras e a via , atenta, olhando os meus lábios e calando.matreira , a interiorizar o conhecimento. Gatinhando pela casa em movimentos de aprendizagem.

Os passeios pelas ruas da cidade, o parque infantil, os primeiros passos, as primeiras palavras, tantas  vezes soletradas por mim e agora da boca dela, confiante, com clareza e prontidão. Cresceu, e tornou-se numa menina muito bonita. É de uma beleza que me dói. E desenvolve o raciocínio de uma forma precoce que chega a assustar. Esmerei-me demais, penso ás vezes, mas não fui só eu. É um encanto de menina e talvez por ser uma menina, eu fale dela com uma outra emoção. Porque me fascina o ser mulher. Amo-a, como só eu sei amar.

À  Leonor. de quem sou avó pelo lado paterno, o meu desejo que cresça em harmonia do corpo com a alma, que seja amante do belo no seu pleno absoluto e que seja uma mulher do futuro. Cantá-la-ei até ao infinito.

Ao meu filho, pai da Leonor, desejo que faça da justiça uma balança equilibrada e que persista na senda da alma para que a felicidade de momentos seja uma constante na sua vida. Para a Ana Cristina, mãe da Leonor, a alegria de ser mãe, os sacrifícios sobre o seu corpo, para ser mãe. Uma saudação muito especial. Foi, é, uma mulher maior, de grande coragem e amor.

Voltei de novo a ser bafejado pela maravilhosa história da criação no passado dia 4 deste mês. Nasceu o Isaac, um menino de uma beleza expectante, por não ser muito natural que logo no primeiro dia, quando o corpo se faz ainda à realidade do exterior agreste, que os traços do belo se manifestem e se evidenciem, como no Isaac. Longa vida ao Isaac. De quem sou tio avô.  Que tudo lhe abra o sorriso da confiança na sua alma. Que seja um homem do futuro.

A minha sobrinha Raquel é uma das mais belas mulheres que conheço, sedutora, alegre, frontal, decidida, inteligente e linda, linda, linda. Sou o tio velho dela, mas fui sempre, desde menina.. Amo-a como só eu sei amar e desejo-lhe força no corpo e ventura na alma para levar por diante a dura tarefa que a espera. Ser mãe do Isaac até ao fim.  Saúdo o pai do Isaac, o Paulo Chora, pela determinação que impulsionou à sua vida e pela dedicação à mulher que é a minha sobrinha dilecta.

Espero, muito em breve, Outubro ou Novembro, poder saudar com a alegria a vinda de um outro neto, o Pedro. Mas até lá, que os meus olhos se alegrem com estas crianças lindas que me aconteceram e que fazem de mim um ser feliz.

 

22
Ago08

TER UM BLOG E O MSN

samueldabo

Ter um blog é um fascínio que que atormenta adolescentes, jovens e e adultos amadurecidos pelas vivências, que vêm uma oportunidade de comunicação, como se estivessem a coberto duma massa enorme de gente que tudo  lhes permite dizer, deixando-os permanecer no anonimato.

Ter um blog é poder expressar-se de dentro de si, autênticos, apaixonados pelas palavras que soltam e se comportam anarquicamente nas mais díspares direcções e entram nas mentes que as lêem e as interpretam e fazem juízos de valor, de personalidade, de imagem.

Eu, por exemplo, procuro nas palavras ver imagens de almas inquietas. Não me preocupa se os corpos são formosos, se os rostos são lindos, se são jovens ou pessoas maduras. O que procuro é a simbiose do belo. O drama e a beleza. A procura e o achado. A incerteza e a convicção. A melancolia e a alegria. Procuro amor e ausência. Procuro a totalidade, a essência do homem. E é com paixão que escrevo as palavras que edito. Umas vezes românticas, para que se extasiem, outras acutilantes, bravias, para que se reflictam, outras ainda, afrontosas dos conceitos instituídos, para que se transformem.

Não procuro amantes, não procuro partir corações. Não provoco nem alimento paixões Procuro amizades puras na orgia singela das palavras. Procuro estender a minha mão de palavras a quem em desespero de si, as palavras possam constituir uma mola de se elevarem, um indicador de mudança do seu próprio sentir a vida.

A minha imagem, sem foto, consta da montra de perfil do meu blog. É autêntica. É o que eu sou.

Algumas pessoas que me lêem, julgo, deixaram-se inebriar pelas palavras que escrevo, sem lhes desmistificar o sentido e o tempo. Se eu escrevo memórias da guerra, é porque vivi a guerra. Deixam-me comentários de ternura que eu aprecio como amizade sã. Exulto, até, de alegria, porque as sinto, às pessoas, belas no todo de si. E comento os seus textos de igual modo, fervorosamente convicto do seu valor humano, das suas qualidades de escrita.

Tive amigas que quiseram experimentar outro tipo de comunicação, por ser mais no momento que se pergunta e obtém resposta. O MSN de facto, torna a escrita mais fluida, o pensamento  mais lesto. É como se estivéssemos a falar no silêncio das palavras. Quase as podemos ouvir, respirar. E levaram-me a aderir a esse modo de comunicação.

O MSN tornou-se, sem eu querer, num desmistificador de mim e dos outros, porque lhe adicionei uma fotografia minha. Eu mesmo.

Neste momento tenho quatro amigas convidadas no MSN e não falo com nenhuma, após uma primeira intervenção rápida. E não falo porque elas se foram, perdi-as sem uma palavra E dói-me tê-las perdido. porque lhes tinha amor de amigo.

 

26
Jun08

ESPERMATOZÓIDES -O KILLER VENCEDOR

samueldabo

Nos Seres Humanos bem como em muitas outras espécies existem dois tipos de espermatozóides normais. Um deles portador do cromossomo X (responsável pela formação de um ser do sexo feminino) e o outro portador do cromossomo Y (responsável pela formação de um ser do sexo masculino).

Em algumas espécies, nem todos os espermatozóides estão "programados" para fecundar a célula reprodutora feminina (dependendo da espécie numas o óvulo noutras o oócito II). A cada ejaculação, tomam a frente os espermatozóides "killers", os quais possuem certa capacidade de fagocitose, cuja principal função é destruir tudo o que estiver a frente (ex, outros espermatozóides, macrófagos da fêmea, etc.), e furar a parede da célula reprodutora feminina. Logo atrás, espermatozóides "soldados" são responsáveis pela escolta dos fecundantes propriamente ditos. Por último, os "soldados lentos" entopem os canais de muco (meio no qual os gâmetas se locomovem), dificultando a passagem de outros espermatozóides. Assim, se uma fêmea tiver copulado com dois parceiros, as chances de fecundação por um gâmeta do primeiro é substancialmente maior.

Retirado da Wilkipédia.

 

São milhões os espermatozóides que um homem expele numa ejaculação e que se atropelam, se digladiam, numa luta feroz, fratricida, para chegar ao óvulo feminino. Só um, dois, três, chegam ao seu destino, exaustos da batalha, por vezes feridos, outra doentes.
E cada espermatozoide que fecunda o óvulo feminino, torna-se gente. É um glorioso vencedor.

Gostaria de vos dizer e digo, mulheres e homens em desespero de vós. desesperados de encontrar um rumo próprio, mal amadas, desconfiadas da esperança.

Cada um de nós só pode ser um vencedor. depois que ganhámos a batalha de fertilização.

Partindo do pressuposto que saímos vitoriosos de uma batalha sem precedentes, em que todos morrem menos dois ou três, isso faz de nós seres únicos e dignos vencedores em qualquer parte do mundo.

Desesperados então porquê? Amemo-nos na plenitude de nós.

27
Mai08

A NETA

samueldabo

É linda. Direi que é bela no seu conjunto absoluto de genes. Porque além de linda tem um sorriso genuíno e expressivo do que é na sua essência de si. E a voz soa musicada de dentro em silabas concretas e afirmativas do seu querer.

Ter visto a eco onde aparece disforme, quase monstro, e adivinhar, sentir, a transcendência do que virá, porque a sentimos no bater apressado do coração. E senti mo-nos nós lá, na totalidade de nós porque já não temos outra utilidade.

Estamos no limite de ela ser, porque somos a última referência tendo sido a primeira, dela no pleno da vida que lhe surge em emoções de alegria.

Ainda não há a dor. É apenas um ser indefeso de per si, que se sabe e sente defensável. É um ser a apreender tudo que ouve sente, vê e mexe. E vê-la revolver o que interioriza, reflectir já em si as impressões que lhe chegam que absorve com ligeireza, a interrogar-se quando interroga, e a transmitir de si a imagem da inteligência evolutiva.

Primeiro as letras, uma a uma, os números a que foi juntando afirmações. O dó, ré, mi em  entoação musical que te arrancava sorrisos, o tá tá  té té ti ti...O b  a   ba e por diante até ao hoje que contróis as palavras já em pré-conceitos do ser que cresce no teu corpo mimado de menina..

Lembro o esbracejar dos braços como se quisesses voar e as mãos batendo no tampo da mesa a chamar a atenção para a evidência de ti. As tentativas de gatinhar, mas movendo na direcção da retaguarda, as mãos a empurrar o corpo e não os joelhos e os teus gestos pela frustração de  não seguires o rumo que te indicávamos, ou seria porque era a ti que competia traçar o rumo e não a nós tão sábios a aprender-te de nós.

E naquele dia em que nos reencontrámos, na praia, e ensaiaste os primeiros passos e nós pensámos que o fizeras pela emoção da nossa visita e batemos palmas, todos e tu, exultante da alegria de seres capaz.

Minha querida menina, meu amor, meu milésimo de gene, de mim. O afã de te preparar para o mundo que vais ter que enfrentar. Tornar-te poderosa na tua essência para que o corpo, o invólucro que te acoberta a alma não te traia nas emoções do caminho

Agora já andas, corres e fazes tropelias. Mas tens a dimensão da humanidade que vais ser e preocupas-te comigo, com o que eu não sei de ti.

Queres mandar nas brincadeiras  e experimentar de tudo o que vês aos grandes. Tens pressa de ser grande, como eu tive e não sabia como sei que ser grande não é ser maior

se não se souber o que se é.

Meu amor de menina, quero que saibas que és a segunda mulher da minha vida, e ainda és só uma menina.

Espero por ti. Sempre

 

23
Mai08

O ASTRÓLOGO

samueldabo

Na grande superfície comercial, num espaço nobre junto ao corredor central por onde toda a gente passa, já estava montada a banca, o cenário envolvente numa aura mística com a exposição dos livros e os cartazes que anunciavam a presença do Astrólogo.

Haveria a oferta da carta astral a quem comprasse um exemplar do livro ao que se seguiria uma breve interpretação das características de cada um.

Havia fila e impaciência pelo atraso. E eram, na sua maioria, mulheres, de meia idade e até jovens que admiravam o Astrólogo e as previsões que fazia sobre eventuais acontecimentos. à espera de respostas imediatas para agirem ou simplesmente aguardarem o ciclo propício.

A atmosfera de cheiros intrigantes numa simbiose de aromas díspares, entre perfumes e desinfectantes, o bacalhau os legumes, a livraria  de olores distantes.

Chegou. A mala a tiracolo. A expressão a indiciar cansaço, as desculpas em trejeitos de lábios e sorrisos, o trânsito, a dificuldade em arrumar o carro.

-O António, não veio, ainda?

Digo que não. E ele, desinteressado, a dizer que vem. Que ficou de vir e mais a Manuela e que sem eles não podia chegar a todos.

O computador, a impressora, as canetas e papeis para preencher o nome e as datas correctas de nascimento, local e hora.. O ligar das máquinas, o filho confortando-se na cadeira, iniciando o programa e a mãe, uma simpatia de senhora a dar indicações. A sentar-se majestosa e radiante de orgulho.

-Vamos lá começar. Quem está primeiro?

Avança a primeira da fila que leva dois livros. Um é para ela outra para oferecer à mãe que é uma grande admiradora do Astrólogo.

E ele, de olhos brilhantes, explicando que oferece a Carta Astral e uma pequena interpretação da mesma. Mais explicito, só marcando uma consulta, onde a personalização da análise permitirá outra ilações.

Entretanto chegaram os colaboradores. São como as fadas que sugerem paliativos a inquietações e dramas. E colocam-se à disposição. Os gestos abarcando todo o Universo. As palavras quentes e indutoras. A descoberta. Olhos húmidos pela emoção de se expor, a pessoa, mulher frágil enrolada em dúvidas, em suspeitas, anseios ou traições pressentidas

E o comercial, atento, distribuindo os papelinhos e respondendo a perguntas, incutindo expectativas, saindo já do aspecto comercial e deixando-se penetrar do espírito Astral e da humanidade evidente que se evade dos olhos, das palavras, de gente que se preocupa consigo própria. A encontrar similitudes abrangentes, a trocar impressões depois das impressões. A acreditar, a fazer acreditar.

Oiço o Astrólogo dizer a uma jovem que tem o signo tal em tal o que indicia um diferendo com sua mãe. E ela a aquiescer, que sim e a questionar como resolver tal dilema.

E ele que precisa de um estudo mais profundo, que ela marque uma consulta.

Ouço o António, num outro recanto da estante repleta de livros, surdos mudos ás vozes excitadas, excitantes que falam da tragédia de amores possessivos, inconstantes e nem sempre devidamente correspondidos.

E ele a falar em Marte, Úrano, Plutão e em tons macios, adulantes, penetrante no âmago do ser que se contorce na busca de si e de uma palavra que a seduza.

A troca de olhares cúmplices entre todos os que compõem a imagem de pequenas tragédias, ou simples curiosidade de saber se é verdade o que já sentem de si próprios.

Explicar até quase a exaustão que a Astrologia não é um ler a sina. É antes uma análise da pessoa considerando as influências Astrais sobre o exacto momento e o lugar do seu nascimento e que a cada ciclo ou momento é susceptível de sofrer alterações, por efeito de fenómenos ocorridos em constelações de Planetas que nos condicionam e ou intuem no nosso crescimento.

Observar os efeitos psicológicos que o desfolhar da suposta personalidade têm sobre a pessoa submetida à análise do Astrólogo.

Anuir que a Astrologia sendo uma prática ancestral da procura do homem pelo seu destino e por se tentar explicar a si mesmo a razão de ser de uma forma e não de outra, constitui um elemento fundamental na área do conhecimento pessoal e das ciências da mente e como tal não pode simplesmente ser ignorada, ou ostracizada.

 

09
Mai08

AMIGOS !...

samueldabo

Amigo

preciso dos cem euros que aí tens

senão

sou posto fora

não pagando a renda já vencida

e os juros pedidos

pela demora

Lamento amigo sabes

que sou teu

do coração

mas o cem euros que trago

aqui nesta carteira

são para pagar o fato e

a gravata

E os outros

alguns milhões

na conta aprazada

são para prevenir

que não me calhe

aquilo que agora

a ti te calha

07
Mai08

E VIERAM AS TÁGIDES

samueldabo

Vieram de madrugada, as Tágides, e inundaram o meu sonho até então num emaranhado confuso, tornando-o mais fluente e limpido de contornos racionáveis, a deixar-me pairar nas nuvens dos desejos.

Havia grandes precepicios, entre altas montanhas  agrestes e despidas de vejetação.  No fundo, algém que me é querido, muito querido, um ente de feições descarnadas pela dor e ao cimo da montanha a salvação.

Eu a meio, impotente sem meios que me valessem para chegar à base da ravina, e ainda que chegasse, como alcançar o cimo , a perfeição?

E dei por mim a descobrir que voava. Não com asas como as aves da minha imaginação, mas com um simples movimento dos braços e das pernas em conluio.

Desci logo, a ver-me, como se nadasse. A ver a minha alma desprendida. Chegado ao fundo, que é onde a desgraça sempre bate, peguei o corpo inerte e quase descarnado. Pele e osso.

Os olhos abertos num espanto de quem acha em última instância a salvação.

E oiço as minhas próprias palavras ciciantes.

-Sou eu meu amor, aquele que te projectou muma ejaculação de Primavera, com tanto amor que te perdeu . Venho colher-te, porque tu és meu, queira ou não queira o papão.

E pegando nos meus braços, repentinamente imensos de força, o corpo a renascer de vida, inicio a subida ingreme, num esforço de marés vivas, contra o tempo incerto, a alma que pode voltar ao lugar de onde havia saído.

A meio, uma lufada de ares contrários desvia-me a tragetória. O suor escorre-me nas faces geladas pela euforia da subida agreste. Dou uma guinada. venço o vácuo que queria abater-me e mais a minha carga.

E num salto de gigante, numa última  investida da alma agitada  que ameaça voltar à matéria , galgo os silvados de picos agudizantes, a árvore altiva de ramos dispersos, a pedra sinuosa que proteje a plataforma firme e segura e deposito o corpo que de imediato renasce, ganha carne, cor e movimento.

E nisto, o sonho, se era sonho, acaba. E volto atordoado, abanando os braços, a ver se era verdade que voava.

 

05
Mai08

MÃE QUE NÃO TENS QUEM TE VENERE

samueldabo

Mãe

Mulher abandonada

por amores perdidos no deserto da vida

Mãe a quem a vida tirou o filho a filha

sem rasto em raptos sem destino

e que não terás a mensagem no dia que inventaram

Mãe que lutas ainda por um filho ou filha

arrastados na desgraça das drogas

que enriquecem abutres sedentos e insensíveis

e não terás direito a um beijo de saudação

Mãe que perdeste por morte súbita ou acidental

o único fruto saido do teu ventre

e não ouvirás a sua voz ladina cantar-te os parabéns

Mãe que não foste ensinada a sê-lo e por mor disso

te retiraram o filho os filhos

 e não saberás sequer que  inventaram um dia com o teu nome

Mãe preversa abandonada pelos filhos que geraste

Mãe de presos, ladrões assassinos, violadores

Mãe de loucos

Mãe de mudos, cegos.surdos , e outras anomalias congénitas

Mãe Mulher

Mãe coragem

Mãe que já te foste desta vida

Eu te saudo , hoje , amanhã, depois...

Mãe

 

27
Abr08

TER...

samueldabo

Ter amor, esse sentimento tão profundo, eu em ti e tu em mim, como um só

Ter amigos, intensos, que nos ajudem e que não digam aquela frase torpe " se és meu amigo não me pessas  dinheiro emprestado".

Ter família

 Ter gente que se interessa por nós e gente por quem nos interessamos.

Ter gente que partilha a solidariedade.

Ter trabalho que nos alimenta os ócios.

Ter saúde e alegria por viver.

Ter orgulho de sermos o que somos.

Ter vontade. de viver sete vidas.

Ter sonhos que regurgitam na memória livre e se soltam para se realizarem.

Ter medo que nos usem e abandonem, descartável, sem préstimo.

Ter sorrisos que encantam quem nos quiser descobrir.

Ter a alma romântica de poeta. e espalhar poesia como arma de arremesso.

Ter a faculdade de aprender e de ensinar.

Ter a humildade de reconhecer que nada sabe.

Ter  a mente aberta a novas descobertas.

Ter o homem como fim de todos os motivos.

Ter da arte e do engenho e a ideia da concórdia.

Ter imagem.

Ter valores.

Ter a porta sempre aberta.

Ter uma convivência pacifica com os outros animais

Ter a graça de uma criança e ser feliz

 

 

21
Abr08

AS NOVAS GERAÇÕES-UM EXEMPLO

samueldabo

No Correio da Manhã de Domingo, a noticia: Turma angaria dinheiro para ajudar professor.

É uma noticia que nos alerta para os valores que subsistem. E nos evidencia que nem tudo vai mal no reino da educação..

O professor disponibilizou a viatura para uma prova de aferição de conhecimentos no terreno.

Houve um acidente sem feridos, onde a viatura ficou muito danificada. Provavelmente o arranjo ficou de fora das coberturas de seguro contratadas.

Os alunos, jovens, disponibilizaram-se em angariar fundos para ajudar o professor e é emocionante a descrição dos meios, a criatividade, o empenho das famílias, da comunidade.

Um exemplo a ser divulgado por todos os meios. É possível congregar valores em torno da batalha pela educação. Afinal as novas gerações têm valores. Não são só cabeças ocas e insurrectas .

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