AS PESSOAS ENAMORAM-SE, CASAM, TÊM FILHOS E DEPOIS MORREM
As pessoas enamoram-se. Casam. Têm filhos. E depois morrem.
Ele: estar nos braços descomprometidos da amante. A novidade dos aromas e da conquista. As palavras que levantam a sua auto-estima. Não ouvir diariamente que é um desarrumado, que não faz nada em casa. Levar as crianças. à escola Ir ao hipermercado. O aspecto descuidado, da legitima, quando em casa, a cozinha , a limpeza da casa . O cabelo em desalinho.
O contraste da boa disposição continuada, da amante. O mistério dos encontros furtivos. Sempre fresca e ataviada para o receber. A descoberta de novos desafios voluptuosos
Ela: O legitimo faz tudo a contragosto. Não dá o devido valor ao esforço que faz para manter a casa arrumada, as roupas lavadas e engomadas. O desleixo nas finanças familiares. Só quer sexo. Não se importa com o seu cansaço. Desiludiu-a. O amante é carinhoso. Diz-lhe as palavras que ela gosta de ouvir. Enaltece as suas qualidades, o seu valor como mulher e gosta de fazer sexo com ela. Admira o seu corpo jovem. Não vê estrias, nem deformações celuliticas .
Atavia-se quando sai aos encontros furtivos e veste a bata da submissão, quando volta.
Se ousassem reflectir, um no outro, e dizer olhos nos olhos o que dizem aos amantes.
E acreditassem que o amor é uma chama que se alimenta de amor e não de substitutos viciados, desviantes.
Que um homem, uma mulher, não são meras quotas de uma sociedade comercial e cultivassem os valores subjacentes de cada um.