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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

21
Jan12

O PLANETA DAS ALMAS ADEJANTES...

samueldabo
foto pública tirada da net
*
PLANETA DAS ALMAS ADEJANTES
***
fui certa vez de visita
ao planeta das almas adejantes
a ver se por lá havia
um mundo novo a florescer catita
ventos brandos cativantes
e vi maravilhado quanto existia
d'amor inocente que as habita
*
a natureza de mil cores
um aroma de frescura vicejante
sons de maviosa harmonia
mares rios lagos cristais de amores
sol e lua sua amante
sem tristeza que toldasse a alegria
nem a angústia dos terrores
*
nem ouro nem ladrões
apenas almas transparentes seminuas
e bichos tantos antes selvagens
numa mansidão absurda de emoções
a trespassar verdades cruas
trazidas doutras vidas das origens
onde batiam feridos corações
*
as almas vagueavam 
em alegres jogos de livres fantasias
de nós entregues à mesquinhez
na intriga que outros maquiavam
colhendo escassas demasias
fome guerra devastação e deus à vez
a ver quantos se safavam
*
quis ficar na paz serena
deixar a terra arder no ódio insensato
absorver a luz do pensamento
a emitir sinais a quem de lá me acena
mas tenho com a morte um trato
era cedo para achar meu passamento
disse-me uma alma amena
*
teve a duração dum nocturno
a visita ao Planeta d'almas adejantes
rasguei o véu de tal segredo
agora sei que o tempo medeia meu retorno
que há almas que repugnam rastejantes
sendo o amor a arma eficaz para todo o medo
vou usa-lo no corpo e alma como adorno
autor:jrg  (pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)
05
Jan12

UM FIAPO DE VIDA...

samueldabo
imagem pública tirada da net
*
UM FIAPO DE VIDA...
*
olho a garrafa cheia de vicioso líquido
emborco o gargalo na boca só entreaberta
sorvo o vício vínico de um só fôlego decidido
pouco a pouco se esvai de mim o que me aperta
*
a cabeça parece quase do corpo meu se desprega
tudo gira ou sou eu que me ganho movimento
o ar fica rarefeito de repente alma sôfrega
corpo cai sobre pedra frio pensamento
*
alma desprendida sobre corpo deitado
vejo-a de fora traquina antes preocupada
rumorejo palavras antigas a mim intimidado
uma baba viscosa escorre em soluços arrancada
*
já cá faltava o vómito a pele do rosto arroxeada
pessoas que me olham como se eu fora louco
a garrafa vazia de gozo jaz abandonada
a língua engrossou árida o som rouco
*
retomo o caminho sem acerto tropeço
porque se fecham meus olhos à memória
d'onde vim quem sou para onde m'arremeço
gesticulo vocifero prolongo vogais sou história
*
alguém me toca ampara ecoa em mim acarinha
indefinida imagem o som de voz que acatei
e choro numa onda absurda de ladainha
que a língua pastosa arrasta sem lei
*
quando se fez dia e em mim de novo
temores dentro de mim tão angustiados
revisitei a cena do último beijo que reprovo
temi por meus segredos no delírio desvendados
*
senti que de nada valera ser no vinho o apagão
a raiva de te falhar na posse que eu perdera
o ser ou o não ser de em mim teu coração
amor por um fiapo a vida anoitecera
*
dar um espaço o tempo não se atura
amor não é posse é a amizade profunda
é ser da alma e ser amante até da amargura
ninguém fica a perder onde um amigo se abunda
*
olho a garrafa vazia sem mim e só abandonada
penso que estou pronto para de novo aceder
esteio de par inteiro da alma apaixonada
assim tu o entendas amor quero te ver
*
autor: jrg

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