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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

22
Set11

SACERDOTISA DO AMOR !...

samueldabo
 
 imagem pública tirada da net
*
SACERDOTISA DO AMOR

«««//»»»

se fores um dia meu amor perfeito
e eu em ti um beija flor
adejando sobre a tua beleza
o mundo invejará o teu maior defeito
que é seres luz alegre cor
minha harmonia doce natureza

se os teus olhos me paralisam
e fico inerte sem acção
às voltas no pensamento circunscrito
se os teus lábios me enfeitiçam
aceleram as batidas do meu coração
ao toque dos sentidos que cogito

se a tua alma no corpo me provoca
e fico a levitar à tua espera
tolhido nos movimentos aquietados
quando o fogo do amor me toca
se aviva a ânsia na quimera
onde os sonhos nos percorrem acordados

se por um mero envolvimento
dos átomos que nos geram a ambição
provarmos o sabor dum beijo
não serei mais em ti esquecimento
nem tu me negarás o coração
no tempo em que crescer outro desejo

se no fogo ardente onde latejas
e me sinto em ti mulher a navegar
pelo sonho do prazer latente
pego no absurdo de viver para que vejas
a nudez do amor a levitar
embalado na lua de crescente

se os teus seios quando me tocam
enrijecidos pela aventura
que é sentir no cheiro o meu sabor
atraem os corpos e os enlaçam
frementes de volúpia na alma pura
da magia secreta do amor

então penso que és a doce selvagem
que deixa fluir o sentimento
sem astúcia malícia ou provocação
livre d'artifícios na imagem
aberta a fruir total conhecimento
na beleza da tua intuição

autor: jrg
05
Set11

CANÇÃO PARA LEONOR...MEU DESASSOSSEGO !...

samueldabo

 

~~~//~~~

*

{#emotions_dlg.blueflower}

 

tinha saudades de chover
bátegas fortes batidas pelo vento
a encharcar a terra de humidade
quando começa o cheiro a húmus é de enlouquecer
forte e crepitante o seu lamento
da chuva que procura na seca a saudade
*
chove sobre o meu corpo inerte
a sentir cada pingo que de cima se desprende
imerso no silêncio mais gritante
anseio a canção da chuva que no piar das aves me desperte
de olhos fechados porque nada mais me surpreende
bátega sobre bátega no meu corpo infante
*
digo-te escuta o som da chuva ao cair
a melodia do vento nas ramagens
as aves num murmúrio aconchegadas
ribomba estridente a trovoada os cães a ganir
a água escorre em torrentes selvagens
abre caminhos entre as pedras unidas das calçadas
*
estás longe demais para atenderes
a minha sofreguidão de partilhar cada momento único
que quero reter por tempo indeterminado
chove pleno de emoções e de infinitos poderes
em cada ciclo que se abre impudico
nuvens negras que se tocam num tom desafinado
*
chove sobre os teus medos
encorajo-te a apanhares gotas nas tuas mãos de criança
que escorrem dos beirais e goteiras dos telhados
mãos tão puras inocentes sem segredos
que as retém por momentos e ganham confiança
na alegria do sorriso em teus olhos abismados
*
lembro-te que gota a gota engrossa a poça de água
onde os teus pés chapinhavam
que de poça em poça se formam riachos lagos
onde lançamos o sal da nossa mágoa
os lagos rebentam formam rios e mares que se desbravam
chove meu amor sobre os teus sonhos vagos
*
corres corro de mãos dadas entre pingos
o coração arfando de novas ou renovadas emoções
dois pingos de gente num mundo desesperado
é o que somos nem sempre atentos a tantos dos perigos
que os sonhos avivam em estranhas canções
canto-te da chuva a esperança dum mundo fertilizado
*
autor: jrg

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