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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

26
Mai11

UM BEIJO!...

samueldabo

foto pública tirada da net 

 

{#emotions_dlg.lips}

um beijo pode na cor ser
azul rosa lilás
um beijo pode bem saber
a cerejas tanto faz

*

se os olhos quando no beijo
se transpuzerem de mil cores
fogo ardente do desejo
no coração dos amores

*

dum beijo depende o momento
a exactidão irracional
súbito impulso acontecimento
que amplia a ânsia original

*

se os lábios quando se tocam
e nas línguas se confundem
provocam odores que nos marcam
lançam emoções em desordem

*

um beijo de pálpebras fechadas
deleite de pura lascivia
bocas viscosas apaixonadas
que sufocam de delicia

*

todo o corpo estremece
a mente voa infinita
quando o beijo acontece
e a alma em transe grita

*

quem beija se no beijo acredita
é bem feliz ao sentir
a alma que em ânsias espevita
outro desejo a fluir

*

jrg

06
Mai11

ESCRITOS À MARGEM DA GUERRA!...IV - FORNILHOS!!!

samueldabo

 



PARA QUE A MEMÓRIA NÃO ESQUEÇA!

 


{#emotions_dlg.bouquete}
dei-lhe o nome de Samuel Dabó sem saber
negro um homem como nós
de baixa estatura mas enérgico
deram-lhe divisas de sargento como prémio a condizer
que não valiam nada assim tão sós
e deram-lhe um grupo de milícias multi étnico
que ele comandava com orgulho de valer

tinha mulheres e filhos ainda novo
pai mãe amigos talvez que o amassem
e tinha o brio de ser o chefe
do lado oposto da guerra do seu povo
dos que a ele comandavam se ousassem
ser a linha mais à frente da carniça o magarefe
que a herói aqui promovo

naquele dia de silêncios tão funesto
havia uma coluna de robustas viaturas
também conhecida por de reabastecimento
não era só de comida mas diverso o seu apresto
na frente dos carros uma linha que picava as estruturas
eram pretos da milícia com seu chefe de sargento
atentos à terra balofa nós outros fazíamos o resto

do outro extremo da via ainda madrugada
uma coluna pedestre pé ante pé a pica em riste
coração angustiado sobre a terra vermelha e seca
à espera dum estrondo de mina ou duma emboscada
iam deixando uns quantos na floresta que resiste
pormenores da segurança que acarreta
nervos de aço sangue frio arma aperrada

por fim deu-se o encontro na hora programada
antes que os mosquitos chupassem toda a água
que os corpos acalorados iam vertendo
trocaram-se saudações a picagem deu em nada
esquecido já o esforço e da distância a mágoa
no silêncio da floresta aves e macacos inquietos tecendo
sobre algo de estranho que os apavorava

os soldados montaram os carros sobre a carga
que dada a ordem de marcha se puseram em movimento
acenderam cigarros trocaram mimos e dichotes
de súbito tremenda explosão homens pelo ar na estrada larga
rastejando se tocando a disparar o medo atento
ainda estonteados disparavam às sortes

entre tiros de espingarda bazuca e morteiro
do outro lado da mata os sons pareciam cozedura
de máquina sobre humana a tecer
sob os gritos lancinantes do motorista rasteiro
as pernas desligadas dos joelhos em rotura
por frágeis tendões sustidas a gemer
"salvem-me quero conhecer o meu filho primeiro!.."

"não me deixem morrer...não me deixem morrer...
quero conhecer o meu filho...sabem...ele já nasceu
foi pedida a evacuação por helicóptero
como dizer-lhe?...não havia disponibilidade tanto sofrer
ou por medo da escuridão do dia que anoiteceu
morreu nos braços de alguém que tentou com esmero
fazê-lo acreditar que iria sobreviver

morreu também o Valente
não sei se por defesa descuidada ou pela prepotência
como tratava os seus homens com desprezo
"fecha o corte da palha..." proferia ao requerente
quando dele reclamavam a consciência
e as palavras que ouviam eram pedras de arremesso
um tiro na nuca puro "acidente..."

o cenário em todas as guerras tudo justifica
são danos chamados de colaterais
podia ser stress ou erro da fragilidade humana
a carne assim desfeita que nos personifica
abandonada aos abutres e chacais
para que medre a glória da gente insana
que são nesta aventura o mais que fica

reunida a tropa em nova "procissão"
era preciso picar de novo a via láctea ressequida
mas não havia quem tomasse a dianteira
nesta desgraça de ser povo e ser nação
os milícias apavorados recusavam a devida
e a tropa agonizava a derradeira
ainda nos tímpanos a retinir a explosão

se nós é que eramos os soldados!!!...
o chefe da milícia saltava como um macaco
de picas em punho...gritava..."milícia vai na frente!"
e empurrava-os para que fossem obrigados
com a força da alma ingénua que não guarda recato
"milícia vai na frente!" corta a alma de quem sente
dá o exemplo faz-se à estrada fica desfeito em bocados

uma nova explosão atroa o ar rarefeito
por certo a milícia já sabia estava vendida
Samuel Dabó o puritano que acalentava a esperança
de sair desta guerra talvez perfeito
ninguém recolheu um pedaço do seu corpo em terra ardida
não conta para a estatística desta andança
para uns traidor para os outros um sujeito

ninguém mais se atrevia a voluntário
os fornilhos são minas comandadas à distância
que as técnicas de picagem não detectavam
os comandantes procuravam um otário
que devolvesse a alma ao medo nesta discrepância
nos rostos acobreados a dúvida espelhavam
sitiados no mistério de que África é santuário

até que um soldado raso de Famalicão
munido da imagem de Fátima em fio de lata pendurado
rompeu da estagnação com ousadia
pegou no ferro da pica e arrastou com ele a "procissão"
confiante no amuleto o rosto desfigurado
e lentamente caminhando à revelia
de todo o pensamento que consubstancia a razão

à chegada da tropa endémica destroçada
o comandante perguntou espavorido
não pelos mortos ou pela depressão sentida
mas pela viatura que ficara abandonada
que serviria o efeito da vitória alheia mais temido
que humilhação de perder a própria vida
e logo outra expedição para o resgate foi convocada

esta cena aqui contada a sangue frio
pretende ser demonstrativa do terror em evidência
que promove qualquer guerra individual ou colectiva
sem que os mandantes acantonados no seu brio
sejam sujeitos à humana consciência
que condena a agressão pela defesa ofensiva
está feito Samuel Dabó que um dia me sorrio

 

autor: jrg

01
Mai11

M Ã E !!!...

samueldabo

foto tirada da net

 

 

 

{#emotions_dlg.redflower}M Ã E !!!...

{#emotions_dlg.bouquete}

sendo a pátria lugar de exilio
de tantas mães só hoje nela aqui lembradas
que meus humildes versos vão em seu auxilio
neste dia de rosas perfumadas

{#emotions_dlg.blueflower}

mulher é mãe de toda a criatura
é cobardia do homem que a faz subserviente
no emprego por estar prenhe cava sepultura
em casa tantas vezes amor não sente

{#emotions_dlg.redflower}

lá vai ela oscilante tão formosa
leva no ventre em gestação um grande amor
como pode haver alguém cujo instinto a glosa
como se não fosse do ser o criador

{#emotions_dlg.blueflower}

mãe porque me deixas tão cedo
angustiada de serem doutros os mil cuidados
e em casa porque me olhas tão assim a medo
fomos pelo meu pai abandonados?...

{#emotions_dlg.redflower}

sendo a gravidez no corpo formosura
e na alma da mulher a mais sublime exaltação
ao ver no seu sorriso o olhar doce de ternura
esqueço que ela é a vitima da nação

{#emotions_dlg.blueflower}

hoje quero cantar à mãe a esperança
novos tempos anunciam subtil entendimento
que ser mulher e mãe para criar uma criança
a fêmea humana deve ter merecimento

{#emotions_dlg.redflower}

hoje toda a mãe é o alvo do carinho
mas é preciso que o seja o ano todo inteiro
não só por ser fada do prazer mais danadinho
mas por ser amor baluarte derradeiro

{#emotions_dlg.blueflower}

autor: jrg

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