A MESA DAS ORGIAS
Absinto-te
o meu corpo obstinado
a alma possessa de te ver surgir
brindo nu despreconceituado
sobre o teu corpo o refulgir
os teus lábios frutos quentes
vermelhos acetinados
sábias musas de camões sentes
aromas e sabores amancebados
não há morte que ainda sobreviva
nas imagens exaltantes das orgias
sonhar-te de rosa bela e pura a diva
loucos amantes génios mordomias
brindo à festa à mesa sensual
vagueio na tela abstracta a razão
provo dos néctares em cada beijo ritual
seguro em cada copo a minha mão
sinto-te oh! como te sinto diáfana
inebriado nos vapores do erotismo
tomo-te dos aromas a alma ufana
poética de misturas doce abismo
é linda e belo a tela e o poema
de preto e de vermelho sedutores
a letra trabalhada dá o lema
à sensual ilha dos amores
Absinto-te...
de: joão raimundo