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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

23
Fev09

DESAFIO - POSSIVEL DEFINIÇÃO DO AMOR - DESAFIO

samueldabo

 Da minha amiga TiBéu, do blog :     

    o convite para dissertar sobre o amor, aqui vos deixo a minha reflexão:

 

 

O amor é uma palavra que procura definir conceitos de elos de ligação afectuosa entre as pessoas, na generalidade, para definir a união de duas pessoas entre si, para consubstanciar numa só palavra, todos os efeitos atractivos que dois seres sentem de um outro para si. Diz-se fazer amor, de um acto sexual. Diz-se amo-te, para demonstrar que queremos aquela pessoa para um projecto de vida a dois. Amar de sensualidade.

 

 

 

 

Esta é uma imagem de amor, onde os afectos são uma evidência que refulgem na memória de momentos vividos. E não só doces momentos, também amargos, ás vezes violentos, porque o amor é uma manifestação também de bom senso, que se não afoga, nem consome na paixão inicial, quando é ainda uma novidade  que nos percorre o corpo, nos faz estremecer ao menor contacto, à presença do ser amado.

Amar a sensualidade de outro ser, é sentir que duas vontades estão em condições de encetar um projecto, onde a sexualidade é uma parte importante, mas que não se esgota, nem alimenta na sexualidade.

Amar uma pessoa, gostar de ter sexo com essa pessoa, é sinónimo de estar preparado para iniciar um projecto de vida, ter filhos, até à eternidade. Associamos, comummente, o amor a sexo, "amas-me, prova-me com sexo", mas o fazer sexo é um acto biológico, uma necessidade do corpo, de libertação de fluidos, energias, pode-se amar uma pessoa, viver com ela uma vida inteira e ter tido sexo ocasionalmente, porque o ser é assim mesmo, o desejo, o cio, não tem hora, não pode ser controlado, asfixiado em nome dum sentimento que lhe é alheio, que é uma confusão ou imposição da ética.

O amor é também e essencialmente o cheiro, os aromas do corpo e do sexo, os aromas que fluem do interior do corpo, que são mutantes com a idade e que só amando se consegue entender e acompanhar, porque os nossos próprios aromas também mudam, não só os do outro.

Amor é talvez um sinal cósmico que como um raio ziguezagueante penetra duas almas, os genes do amor e os faz reflectirem-se um no outro, inapelávelmente.

 

 

07
Fev09

P A R A B É N S AMOR!...e vão 39

samueldabo

O vestido branco arrastando pelo chão, encobrindo as tuas pernas maravilhosas, sufocando os aromas do teu corpo, a grinalda de flores brancas sobre os teus cabelos negros, os teus olhos verdes, raiados de verdes intermédios, de tom escuro. mágicos , onde aprendi a ler de ti, da alma esfuziante de encantos. A luz dos teus olhos, aprendi que era amor, altivos e submissos, não a mim, de mim, mas a algo que aceitamos como o sendo do nosso ser.

O sorriso de felicidade, as gargalhadas, a ternura com que me beijavas a cada instante, por cada motivo, por mais banal. O pote do arroz que despejaram à nossa passagem triunfal, como se carecêssemos da tradição para nos consubstanciarmos de e em amor eterno.

A cerimónia do sim ante as testemunhas, o ar incrédulo de alguns que não acreditavam na possibilidade de sermos amantes, ou talvez aguardassem um desfecho trágico à sublimidade de nos amarmos para além do racionalmente aceite.

Hoje olhei-te e vi o mesmo brilho. Penso que o vi em todos os anos a sete, e sinto a mesma ansiedade, o bater forte do coração, como se fosse hoje o dia sempre em absoluto.

Só eu vejo a tua pele luzidia, só eu vislumbro o brilho dos teus olhos, só eu capto o encanto do teu sorriso, só eu te sinto airosa, o andar igual , a voz doce e quente que me chamava amor, que me chama amor. Só eu sinto que os anos não passaram, que és a minha eleita, o meu mimo de ternura, na doença e na alegria, nas tempestades agrestes que nos assolaram. Onde  outros fraquejaram por tão pouco, nós erigimos uma fortaleza de amor.

És um exemplo de mulher no comando. Trabalhaste, foste  e és mãe, avó, amante fulgurosa, a financeira que resolveu as crises, a mãe que desceu ao fundo e esgatanhou a besta. Eu fui o sonho, o sonhador que interpretou a vida como um romance em que os personagens se agitavam nas águas revoltas e lamacentas e se erigiam em ondas de espuma para continuarem a ganhar tempo ao tempo. O tempo decidiria, decidiu?

Olho-te hoje e vejo a mesma menina de há quase quarenta anos. Minha paixão de amor, minha eternidade. Habituei-me aos novos aromas, à rebeldia da tua intransigência, beijo-te nos lábios e chamo-te amor. Há quantos anos és o meu amor?

Hoje vamos ser de novo como dantes, renovaremos o cenário, ou reinventá-lo-emos, haverá música suave ao jantar, talvez velas, flores, trocaremos sorrisos e olhares indiscretos, daremos as mãos, terás momentos de ser mais coquete, talvez tomemos um duche juntos e deixar-nos-emos enredar na teia que vimos construindo, até à eternidade da tua infinitude de mulher.

Amo-te

 

01
Fev09

O MAESTRO!...

samueldabo

 

da Wilquipédia

 

O papel do maestro, regente ou condutor é dar uniformidade a um grande contingente instrumental ou vocal para que todas sigam o tempo, a dinâmica e o andamento indicado na partitura, pois sem ele cada músico ou cantor perderia a marcação do tempo em relação aos outros. Em síntese, ele é o chefe do grupo, aquele que dita as ordens, impondo na maioria das vezes a sua "interpretação" à obra musical. Porém a figura do maestro ditador, prepotente e arrogante vem entrando em decadência há um bom tempo, e as grandes orquestras do mundo vêm preferindo assim regentes que se coloquem no mesmo nível dos outros integrantes da orquestra, sabendo que eles estão ali juntos para fazer música e não impor ordens.

                                         ------------------------------------------------------------------

 O Maestro                                                                       

O cabelo comprido entremeado de fios brancos luminosos, por entre pretos, mestiços, sobressaindo da meia calva que exubera a figura altiva, dúctil  e firme do maestro.

Entra na sala e recebe os aplausos sentidos da plateia, curva-se e agradece, as luzes ofuscam-se ante o seu brilho, atentos, os músicos aguardam o inicio da dinâmica orquestral.

Estou do lado de fora da sala em cima do telhado onde, por uma nesga furtuita me é permitido viver um absoluto de concerto, de onde abarco a plateia, o palco, o jogo de luzes, o som e as imagens em movimento dos instrumentos.

O compositor era anormalmente louco, e digo anormalmente, porque os loucos não escrevem partituras, sinfonias, óperas, duetos...O Maestro representa o criador da música que vai fazer evoluir nos seus diversos andamentos.

Os braços acomodam-se em arco, sereno o seu olhar, o corpo direito, monumental,  a batuta na mão direita, os músicos agitam-se levemente, aprontam os instrumentos, leem as pautas.

A peça começa com os metais, meteóricos, em força, ressoante pelo espaço devidamente aprimorado de condições acústicas excelentes. Os braços do maestro movem~se em circulos e linhas paralelas, obliquas, o corpo inclina-se,dança, todo o corpo se movimenta como notas de música. O brilho dos olhos que se abrem e fecham, se dirigem para cada um dos grupos de instrumentos, para que se calem uns, ou se acalmem e outros ataquem no momento certo, o momento empolgante, como onda que se forma, se agiganta e se abate sobra ondas mais pequenas que a sucediam.

O Maestro torna-se uma parte intima de cada espaço da música, ele é o espirito e a letra da criação, interpreta-a e executa-a em cada um dos outros que a tocam. É belo. Acalma, os movientos suaves, a mão esquerda que guia o andamento, a direita que indica o grupo, e de novo o toque a rebate, todo ele em polvorosa ritmica, a testa sua, os braços como barco em tormenta, a batuta ao fundo e de novo acima, os dedos da outra mão num bailado demoníaco e de novo a acalmia, a suavidade melódica dos violinos, o piano em sintonia, um toque diáfano  da percussão, como que marcando um ritmo. As violas os violoncelos, a harpa mitica, os contra-baixos.

E do nada, quase silêncio, um fio de violinos, as mãos quase paradas do Maestro, os rostos dos músicos na expectativa, um movimento brusco, do nada , em crescendo retumbante, o ataque final, os trompetes os trombones, as trompas, as tubas, clarinetes e saxofones, e pouco depois todo o apetrecho de instrumentos musicais em unissono congregado numa emulsão de sons harmoniosos e o Maestro possesso de energia, os lábios abertos, sorriso esgar de dor ou grito, a alegria, o medo, o terrror, depois sereno, as mãos em movimentos que se cruzam e se entrecruzam , que rodopiam se ultrapassam, sobem e descem, mergulham e  emergem , estancam e recomeçam  onde só elas sabem o rumo, o alvo e são gigantes pequeninas da alma imensa do maestro que termina em apoteose colossal, dobrado sobre si mesmo.

 

autor: JRG

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