DESEMPREGO E MARGINALIDADE
Ser desempregado é hoje, em Portugal, um estigma de mau comportamento social/laboral.
Marcados pela lei como trafulhas, mandriões e inaptos, recebem 65% do último salário para se manterem minimamente operacionais, tem de provar que procuram activamente um outro trabalho, e são obrigados a apresentações periódicas.
É esta ultima medida que me inquieta e ultraja. Como qualquer marginal apanhado em flagrante delito, a quem é imposta a chamada medida de coacção "termo de identidade e residência".
A diferença é que o desempregado tem que ter residência e apresentar-se nos dias e locais impostos, sob pena de não receber a prestação de desemprego, garante mínimo para subsistir, enquanto o marginal volta ao crime que lhe garante a subsistência e as mais das vezes não tem residência certa. Por norma, falta a todas as apresentações, porque tem "trabalho a fazer".
É preciso decretar o fim ás apresentações periódicas dos desempregados.