RESPIRAR POESIA A CATARSE IV * EXORTAÇÃO DA PAZ DO AMOR E DA HUMANIDAE!
foto jrg
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
foto jrg
desenho de Nuno Gonçalves
*
DEPOIS DO VÍRUS
A CATARSE
A DIGNIFICAÇÃO DO SER MULHER
*
e agora
nem há profetas
nem apóstolos da desgraça
só silêncio hora a hora
com palavras gritantes infectas
a encher o vazio da praça
*
olho em volta
perscruto o pipilar das aves na rua
ladra o cão miam gatos
angustiante o grasnar da gaivota
talvez fome culpa tua
que não lhes rapas os restos dos pratos
*
os agiotas os egoístas
ainda há pouco no auge tão poderosos
a inveja e a ganância
sobram ainda espertos e oportunistas
os ignorantes caprichosos
quero vê-los a todos engalfinhados à distância
*
emboscado o bicho espreita
também ele a sua oportunidade de sobreviver
como que sabendo da fragilidade humana
predador maior que nem a si próprio e os seus respeita
encurralado com medo de sofrer
confinado ao silêncio que dilacera e a alma engana
*
os sabichões fazem apostas
eles sabem tudo onde outros não sabem nada
fingem-se fortes com impunidade
isto vai acabar se ficarem dentro de portas
enquanto o pânico toma conta da manada
que é feito do humano pensador que dá luz à liberdade
*
será que o jogo acabou
penso ao ouvir estalar as cartilagens da cabeça
os tímpanos numa confusão de ruídos
passeio à volta da mesa redonda onde estou?
a ficar louco embora a mim não pareça
vou à janela aspirar do mar da maresia os fluidos
*
vi na guerra soldados impacientes
quebrando o silêncio com tiros de metralhadora
sem ser por nada para se ouvirem
vi gente fazer discursos inflamados incipientes
prometendo mesa farta à manjedoura
sem se darem conta do ridículo da vertigem
*
mas um micróbio invisível
aterrorizar o mundo humano quase inteiro
espalhar o pânico o salve-se quem puder
as cidades desertas com medo dum vírus desprezível
os arrogantes apeados do poleiro
eis a luz catártica mutante que exibe o Ser Mulher
*
afinal ainda há uma hipótese
neste jogo entre a vida abundante e a morte rasa
uma mutação do inconsciente
ao acordar ouvimos uma melodia que toca em apoteose
um novo conceito de viver uma nova casa
a Paz o amor a Humanidade para toda a gente
jrg
foto de Nuno Gonçalves
imagem pública tirada da net
*
DESEJOS À CHUVA
*
a chuva espalha a penumbra
pelos recantos da casa
enche as almas de melancolia
corpos sentados à sombra
desejos contidos numa pausa
a ouvir no mar a maresia
*
almas e corpos desassossegam
em abraços compulsivos
silêncio e os toques eléctricos
nos sonhos que navegam
nas pingos de chuva invasivos
que seduzem patéticos
*
gotas de água pura deslizantes
no silêncio da vidraça
dão um encanto mágico à janela
silenciosas e amantes
servem o desejo erguem a taça
gota de água tão bela
*
jrg
EU JÁ VOTEI
*
eu também chutei bem alto
a quadrilha de ladrões
fi-lo por mim que estou farto
fi-lo por ti sem tostões
jrg
imagem pública tirada da net
**
A POESIA RESPONDE:
PRESENTE !!!
***
a poesia
veste-se nas cores de sépia
transpira
troca a mera fantasia
que arrepia
dança a valsa quando toca o vira
*
a poesia
veste-se de adúltera
passa a perna
utiliza subtilmente a cortesia
rebola e espera
pela amizade fraterna
*
a poesia
veste-se de esperança
grita liberdade
exalta a visão da miopia
na mão duma criança
que pede um pão à caridade
*
a poesia
veste-se na forma de combate
arma-se d'espinhos
explode na investida faz razia
carrega amor toca a rebate
recua avança esconde os ninhos
*
a poesia
veste-se de fome e amargura
atira palavras recheadas
agasalhos coragem licor de malvasia
arrasa a razão pura
salva crianças das enchurradas
*
a poesia
veste-se de pele tão feminina
apara o futuro esperançada
contra-ataca a medíocre epidemia
resiste à estricnina
espalha humanidade afiançada
*
a poesia
veste-se da luz do amor
regressa esbaforida
ganhou a guerra salvou a primazia
do homem livre sem temor
ninguém mais se atreverá a matá-la em vida
jrg
imagem pública tirada da net
**
ABISMOS DA POESIA
«««//»»»
poetas são loucos finos
inventam a fantasia
guerreiros inda meninos
abismos da poesia
poetisa de alma sensível
em verso cheio de luz
qual militar sendo cível
lança poemas seduz
cantam de musas amores
sonham imortalidade
poetisas sábios rumores
no ventre da verdade
trago um cálice de vinho
para a orgia da ceia
não quero rimar sozinho
antes preso a tua teia
poetas são anjos desgraça
travam rixas graciosas
não escolhem arma ou praça
calam musas preciosas
que fazer perante a poesia
se a alma sente e gera
palavras agridoce maresia
amores do corpo à espera
quem na humildade se esmera
e numa poetisa se arrima
tem alma poética e pondera
sublima-la em obra prima
Autor: J.R.G.
imagem pública tirada da net
*
MEU AMOR É POESIA !...
*
a poesia é como o amor
um sentimento de dar e receber
tão profundo que enlouquece
vento que agita as pétalas da flor
fogo que apetece nele arder
água sangue que a paixão aquece
ar que suaviza a nossa dor
*
é mansa brisa ou vento agreste
se brisa toca suavemente
se vento exalta o pensamento
se mansa de lírica veste
se agreste encanta docemente
é a alma em movimento
beijo de luz abraço se amor disseste
*
é fogo que lavra ardentemente
é chama azul vermelha ou amarela
cintila na alma com esplendor
é fogo de paixão que germina a mente
que explode em cor de aguarela
se arde lentamente é doce tão de amor
se louca de emoção invade a gente
*
autor: jrg
foto pública tirada da net
ÉCLOGAS
I
EU
o homem a nu
o corpo a alma
sem deus
sem pátria
sem amo
faminto de amor
a despertar
dum sonho longo
há tantos milénios
acorrentado é o que sou
autor: jrg
ÉCLOGAS
II
MEDO
quanto de mim de ti
é segredo oculto
por mais que
me e te aprofundes
me e te arrojes
me e te exponhas ao risco
que grite me grites
somos o resultado agreste
de mutações paranormais
paz e guerra palavras é o que sou...és
autor: jrg
ÉCLOGAS
III
AGUARELA!...
pinto o teu retrato
a tinta desmaiada d'aguarela
fixo os olhos
a sensualidade dos lábios
o sorriso de mil cores
e pinto a sombra da alma
que adeja algo perdida
sobre um feixe de luz
a tua sombra
emboscada no eclipse lunar
autor jrg
28 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.