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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

02
Mai08

A SEDUÇÃO DO COMERCIAL - Memórias

samueldabo

Acordamos algures pela frescura da manhã silenciosa, incrédulos de não termos registado qualquer sonho que nos predispusesse para um dia que se adivinhava longo e imprevisível .

Cumprimos os rituais da higiene absoluta. Ensaiamos o sorriso, a carantonha, e outros tipos de sorriso que se apropriem a cada um dos actos programados.

Chegamos a pronunciar palavras.

-Bom dia como está? Um sorriso.

-Há quanto tempo não nos víamos! Um outro sorriso.

-Viva, borracho! Dormiste como uma deusa? E estás linda como sempre. Ainda um sorriso, mais aberto.

Apenas ensaios para não ser traído na hora da presença que pode anteceder espera ou ser de encontro imediato.

O papel de comercial intuitivo. Descontraído. Aprimorado no vestir e nos aromas e ciente das pressões para atingir determinados objectivos e dos entraves da concorrência e da alterações do mercado.

Ter uma estratégia e usar métodos astutos de penetração no inconsciente do outro. A lisonja inteligente, construtiva. Seduzir pelo aspecto e pela palavra. Ser querido.

Tornear as palavras, recheá-las de opíparos rendilhados apelativos, fazendo com que vibrem e se mexam e se imiscuam na mente do outro, da outra e o sirvam a ele como interprete das suas funções.

A cada um o seu cenário e ter de os contabilizar, registar sem mácula ou olvido, para nas visitas seguintes não trocar o mote, apenas variar pequenos pormenores que não tornem o diálogo monótono e sem sabor, desinteressante.

--Olá, como está fresca e rosada nos seus trinta anos . Não, vinte e nove.

Acha, mesmo ?  A cliente, com um ar a situar-se entre o incrédulo e a ingenuidade de acreditar que estava a ser devidamente apreciada.

-Não me venha com tretas que tem idade de ser minha avó.

A dizer as palavras com o sorriso apropriado, a olhar as rugas, o cabelo desajeitado, o tecido adiposo a sair do camiseiro. Ela, no seu melhor.

E ela, convencida e vencida a reconhecer que tem quarenta e dois ,e filhos homens.

Ele com um Ah! de grande admiração. O que faz para se conservar tão jovem. Em que região habita ou cresceu e se rejuvenesce assim?

Rendida, a cliente, pousa a mão no braço e falam do negócio que os traz aquela sala sombria, por onde o sol não entra.

Quando sai, o comercial tem um brilho nos olhos. Chegou a comover-se a serio com uma história pessoal que ela contou. E faz um último esforço para se recompor até ao próximo.

30
Jan08

DESEMPREGADOS E HUMILHADOS

samueldabo
O desemprego, sendo um flagelo que afecta algumas centenas de milhar de Portugueses, tem, por parte do estado, uma protecção pecuniária mensal e um staff de apoio nos centros de emprego, à procura activa de trabalho e formação profissional, para cada um dos inscritos e que satisfaçam os requisitos.
Todas as normas subsequentes, apresentações periódicas...etc..., tiveram a aprovação, senão expressa, tácita dos parceiros sociais, empregadores, sindicatos e partidos políticos.
A realidade é:
Os centros de emprego estão repletos de desempregados que aguardam a sua vez para serem atendidos, amontoados em condições pouco salubre, despojados, inertes.
São convocados para apresentações periódicas em locais predeterminados, sobre pena de, faltando sem justificação aceitável, ser-lhes cortado o apoio financeiro, quer tenham vinte ou 60 e mais anos.
A formação é diminuta.
Os desempregados não têm direito ao chamado subsidio de Natal.
Obrigam pessoas com 60 e mais anos a responderem a anúncios de emprego, quando a idade máxima das ofertas se situa nos 45 anos, para fazerem prova de procura activa de emprego.
Os desempregados exigem mais respeito pela sua situação, involuntária e traumatizante.
Os desempregados com 60 e mais anos devem ser isentos de apresentações periódicas.
Há demasiados funcionários nos centros de emprego para o serviço prestado.Trabalham muito lentamente ou não estão a ser bem aproveitados.
21
Jan08

TERRORISMO! ( I )

samueldabo
Está na moda chamar terrorismo, a todos os que nos atacam sem aviso prévio.
Sendo o terrorismo uma prática antiga, que espalhou a desolação por todos os povos do mundo conhecido, e que se manifesta de formas variadas,mesmo nas chamadas democracias, dou por mim a reflectir sobre terrorismo e terroristas no último meio século.
Começando por nós, Portugueses, que durante mais de uma dezena de anos chamámos terroristas aos guerrilheiros Africanos que se sublevaram em Angola Guiné e Moçambique, quando usavam as técnicas militares que melhor os serviam, manifestando, embora, ódios acumulados nos longos anos de servidão e maus tratos.
Lembro as armadilhas que se colocavam nos trilhos e estradas de terra batida. Os assaltos a aldeias indefesas, as emboscadas em que se matava, por engano, mulheres e crianças.
Aldeias a arder. Animais fugindo espavoridos. Crianças seviciadas sexualmente, sodomisadas.
Os bárbaros, Tártaros, Cruzados...
Os Americanos não. É tudo em defesa da Democracia e dos valores Ocidentais. Napalm, bombas atómicas, armas de destruição massiva.
Os Árabes, terroristas apontados, nos nossos dias, utilizam armas e técnicas compradas aos garantes dos valores ocidentais. São formados e até serviram os ditos valores e ou interesses.
Eu digo que existem mais formas de terror,voltarei ao assunto.

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