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já não se vêm mais os navios
na linha abaulada e recta do horizonte
a surgirem pequeninos frios
ali mesmo tão perto quase defronte
às vezes as ondas os cobriam
do meu olhar infante mas persistente
e logo os meus olhos sorriam
quando os lobrigavam mais à frente
havia o fumo escuro espesso
tocado a vento da alva e negra chaminé
alimentava meu sonho no começo
de correr esse outro mundo ali ao pé
de onde vista sobre água tanta gente
confinado a meu lugar interrogava
a alma em ânsias mistérios de quem sente
que outro mundo o mar inda desbrava
perdido o fascínio pelo desconhecido
na era fantástica do conhecimento
olho o mar vazio dentro de mim crescido
que me desinquieta o pensamento
jrg
XIX
sinto a tua alegria a descreveres em volta de ti o mar
na noite os teus olhos são meus guias
porque te afastas procuro-te por entre barcos e redes
estátuas sem mestres doutos que as dignifiquem
sigo o teu cheiro o som dos passos na areia fina
e rio das tuas gargalhadas quando te descobres
por entre a euforia dos teus gritos
é uma orgia fantástica dos sentidos
pasmo ante a tua mente visionária o assombro pela novidade
das pulgas do mar que saltitam entre os teus pés
colas-te o teu corpo no meu e beijas-me
tão bom beijar-te na noite...estendo a mão e és tu..estrela maior
a tua silhueta recortada na poalha da noite
o cacimbo fora e dentro da aridez do tempo
então lembras-te de um mergulho..a bênção do mar
uma espécie de baptismo pagão...do amor
tiras o vestido a lingerie que me atiras em desafio e corres
dispo-me apanhado na surpresa...eu devia saber
e sigo-te agora em evidência o teu corpo na luz das águas
chapinhas-me com os pés ...as mãos em concha..cascatas de água
e abraças-me enroscada num beijo longo...meu amor...digo
autor: JRG
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