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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

09
Mai08

AMIGOS !...

samueldabo

Amigo

preciso dos cem euros que aí tens

senão

sou posto fora

não pagando a renda já vencida

e os juros pedidos

pela demora

Lamento amigo sabes

que sou teu

do coração

mas o cem euros que trago

aqui nesta carteira

são para pagar o fato e

a gravata

E os outros

alguns milhões

na conta aprazada

são para prevenir

que não me calhe

aquilo que agora

a ti te calha

02
Mai08

A SEDUÇÃO DO COMERCIAL - Memórias

samueldabo

Acordamos algures pela frescura da manhã silenciosa, incrédulos de não termos registado qualquer sonho que nos predispusesse para um dia que se adivinhava longo e imprevisível .

Cumprimos os rituais da higiene absoluta. Ensaiamos o sorriso, a carantonha, e outros tipos de sorriso que se apropriem a cada um dos actos programados.

Chegamos a pronunciar palavras.

-Bom dia como está? Um sorriso.

-Há quanto tempo não nos víamos! Um outro sorriso.

-Viva, borracho! Dormiste como uma deusa? E estás linda como sempre. Ainda um sorriso, mais aberto.

Apenas ensaios para não ser traído na hora da presença que pode anteceder espera ou ser de encontro imediato.

O papel de comercial intuitivo. Descontraído. Aprimorado no vestir e nos aromas e ciente das pressões para atingir determinados objectivos e dos entraves da concorrência e da alterações do mercado.

Ter uma estratégia e usar métodos astutos de penetração no inconsciente do outro. A lisonja inteligente, construtiva. Seduzir pelo aspecto e pela palavra. Ser querido.

Tornear as palavras, recheá-las de opíparos rendilhados apelativos, fazendo com que vibrem e se mexam e se imiscuam na mente do outro, da outra e o sirvam a ele como interprete das suas funções.

A cada um o seu cenário e ter de os contabilizar, registar sem mácula ou olvido, para nas visitas seguintes não trocar o mote, apenas variar pequenos pormenores que não tornem o diálogo monótono e sem sabor, desinteressante.

--Olá, como está fresca e rosada nos seus trinta anos . Não, vinte e nove.

Acha, mesmo ?  A cliente, com um ar a situar-se entre o incrédulo e a ingenuidade de acreditar que estava a ser devidamente apreciada.

-Não me venha com tretas que tem idade de ser minha avó.

A dizer as palavras com o sorriso apropriado, a olhar as rugas, o cabelo desajeitado, o tecido adiposo a sair do camiseiro. Ela, no seu melhor.

E ela, convencida e vencida a reconhecer que tem quarenta e dois ,e filhos homens.

Ele com um Ah! de grande admiração. O que faz para se conservar tão jovem. Em que região habita ou cresceu e se rejuvenesce assim?

Rendida, a cliente, pousa a mão no braço e falam do negócio que os traz aquela sala sombria, por onde o sol não entra.

Quando sai, o comercial tem um brilho nos olhos. Chegou a comover-se a serio com uma história pessoal que ela contou. E faz um último esforço para se recompor até ao próximo.

08
Abr08

E AGORA?

samueldabo

E agora?

Levantas-te pela manhã, à mesma hora. O mesmo ritual. E sais à procura dos dias, dia a dia, a ver o rio, adivinhar o mar ali tão perto e saudar os que, como tu, esquecidos, vagueiam nas ruas ao sol, ao vento, à chuva.

No outro lado da vida, a luta continua encarniçada.

Contar os euros, parecer ser melhor do que o outro, apropriar-se das ideias, comprar, vender, chegar depressa, ganhar, perder, a importância do que dizes, a insignificância dos rivais, os amores, as traições, os objectivos, a ganância, o crime, a fuga aos deveres que nunca aceitamos, a exigência dos direitos.

O teu pensamento está lá, nesse turbilhão excitante que, apesar de tudo, é vida.

Mulher, homem, que nos guardas na memória.

09
Fev08

OS IDOSOS POIS...POIS...

samueldabo
Os idosos, pois...pois...
Alguns mal podem andar. Alguns não têm ninguém. E a lei que lhes permite,pomposamente, o direito de usufruir de uma melhoria no seu rendimento, o considerado complemento solidário que os coloca no limite da considerada pobreza, é de difícil alcance para muitos.
Oito folhas de papel. E têm que se deslocar. E se tem filhos ricos ou remediados. Se tem casas, quintas a render.
Há 50 anos, num regime autocrático, que abomino, havia a figura da visitadora, no ambito das casas de pescadores, que visitavam cada família e ali mesmo aquilatavam das suas dificuldades,remendando aqui e ali, com parca ajuda,mas tudo na graça do Senhor.
A junta de freguesia ajudava as crianças mais carentes, com livros e material escolar, algumas juntas de freguesia. Esmolas da despótica nação. Não é isto que queremos.
Em relação a este complemento solidário para que os idosos não vivam abaixo do limiar da pobreza, defendemos que deveriam ser acompanhados pelas juntas de freguesia que são quem melhor os devia conhecer e à sua situação económica.
Exigimos medidas mais simples e de proximidade, para que o dito bónus chegue a todos ainda em tempo útill.

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