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SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

SamuelDabó

exercícios de escrita de dentro da alma...conhecer a alma...

26
Dez13

27 DE DEZEMBRO DE 1945

samueldabo

 

 

 

*

27 DE DEZEMBRO DE 1945

*

vivo esta minha loucura

entre a crença do destino

e o desespero de nada fazer sentido

se regurgito mulher auguro

um desafio à mente em claro desatino

com o másculo rigor apodrecido

*

um raio de luz sol de luar

que matiza de energia

o segredo aferrolhado de ter nascido

de onde vim senão do mar

ou das profundezas da terra em agonia

serei semente ou átomo perdido

*

e se eu fosse uma semente germinada

por fusão a frio desconhecida

experiência galáctica sem fins lucrativos

exorto a minha mente tresloucada

a ver se encontro na memória escondida

os registos ou contornos escondidos

*

 

mas só encontro restos fragmentados

de pensamentos sortidos

o que me salva é a mulher cata-vento

que me concerta os  bocados

e me indica rumos novos convertidos

é ela tão formosa o meu sustento

*

se ao menos eu visse a luz dum sinal

que a humanidade avança

libertada das hienas e dos chacais

acatando cada outro como igual

teria valido a pena nascer sendo criança

cativa de direitos tão desiguais

 

jrg/SamuelDabó

07
Fev10

UMA VIDA DE AMOR ENTRE SONS DE GRITOS

samueldabo

Quando a tua voz na discussão se altera e grita

Som estridente que gera confusão e fere

Onde a alma amante que te sente e se agita

Saber que é efémera a revolta que o corpo gere

 

Ao discutirmos dilemas palavras malditas

Revolve-se a alma no corpo a quente

Palavras que ecoam entre palavras quase infinitas

Até que a calmaria nos sossega a mente

 

Terá a ver com o momento em que nasceste e eu nasci

O ano o mês os genes que nos dão a consistência

Ou é do saber sem preconceitos que contigo discuti

E do respeito que temos ao sermos na nossa existência

 

Quando discutimos os olhos tensos alvorotados

E nos dizemos os lábios em trejeitos fartos um do outro

Se saímos em busca de solidão amarrotados

Logo a doçura de nós invade o coração afoito e douto

 

Faz quarenta anos que te amo e nos gritamos

Gritos que fortalecem nossos desejos

Depois do grito fazemos sexo e nos beijamos

Entre silêncios gritados nos teus beijos

 

 Quando te calas imagino o som do grito sem gritar

A vida deificada fica suspensa de valor

Inventamos factos discordantes entre o sono e o despertar

Na labareda dos sonhos que alimentam nosso amor

 

Porque te amo sem conscientemente te adorar

Porque te sinto inteira e pura em mim

Sou teu vassalo quando me gritas sem te avassalar

És o meu alimento gritante até ao fim

 

Autor: JRG

 

 

 

 

 

 

07
Fev09

P A R A B É N S AMOR!...e vão 39

samueldabo

O vestido branco arrastando pelo chão, encobrindo as tuas pernas maravilhosas, sufocando os aromas do teu corpo, a grinalda de flores brancas sobre os teus cabelos negros, os teus olhos verdes, raiados de verdes intermédios, de tom escuro. mágicos , onde aprendi a ler de ti, da alma esfuziante de encantos. A luz dos teus olhos, aprendi que era amor, altivos e submissos, não a mim, de mim, mas a algo que aceitamos como o sendo do nosso ser.

O sorriso de felicidade, as gargalhadas, a ternura com que me beijavas a cada instante, por cada motivo, por mais banal. O pote do arroz que despejaram à nossa passagem triunfal, como se carecêssemos da tradição para nos consubstanciarmos de e em amor eterno.

A cerimónia do sim ante as testemunhas, o ar incrédulo de alguns que não acreditavam na possibilidade de sermos amantes, ou talvez aguardassem um desfecho trágico à sublimidade de nos amarmos para além do racionalmente aceite.

Hoje olhei-te e vi o mesmo brilho. Penso que o vi em todos os anos a sete, e sinto a mesma ansiedade, o bater forte do coração, como se fosse hoje o dia sempre em absoluto.

Só eu vejo a tua pele luzidia, só eu vislumbro o brilho dos teus olhos, só eu capto o encanto do teu sorriso, só eu te sinto airosa, o andar igual , a voz doce e quente que me chamava amor, que me chama amor. Só eu sinto que os anos não passaram, que és a minha eleita, o meu mimo de ternura, na doença e na alegria, nas tempestades agrestes que nos assolaram. Onde  outros fraquejaram por tão pouco, nós erigimos uma fortaleza de amor.

És um exemplo de mulher no comando. Trabalhaste, foste  e és mãe, avó, amante fulgurosa, a financeira que resolveu as crises, a mãe que desceu ao fundo e esgatanhou a besta. Eu fui o sonho, o sonhador que interpretou a vida como um romance em que os personagens se agitavam nas águas revoltas e lamacentas e se erigiam em ondas de espuma para continuarem a ganhar tempo ao tempo. O tempo decidiria, decidiu?

Olho-te hoje e vejo a mesma menina de há quase quarenta anos. Minha paixão de amor, minha eternidade. Habituei-me aos novos aromas, à rebeldia da tua intransigência, beijo-te nos lábios e chamo-te amor. Há quantos anos és o meu amor?

Hoje vamos ser de novo como dantes, renovaremos o cenário, ou reinventá-lo-emos, haverá música suave ao jantar, talvez velas, flores, trocaremos sorrisos e olhares indiscretos, daremos as mãos, terás momentos de ser mais coquete, talvez tomemos um duche juntos e deixar-nos-emos enredar na teia que vimos construindo, até à eternidade da tua infinitude de mulher.

Amo-te

 

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